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Agência de publicidade é acusada de propaganda irregular para o PT

Prática ilegal foi denunciada pela influenciadora digital Paula Holanda; desrespeito à regra do TSE pode levar a imposição de multa de até R$30 mil

Agência é acusada de contratar perfis para propaganda irregular pró-PT no Twitter (Jakub Krechowicz/SXC/Reprodução)

Agência é acusada de contratar perfis para propaganda irregular pró-PT no Twitter (Jakub Krechowicz/SXC/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 08h52.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), candidato ao quarto mandato, foi parar ontem nos Trending Topics do Twitter. Diante de uma série de posts nas redes sociais exaltando a sua gestão, internautas passaram a acusá-lo de pagar uma agência de "influenciadores digitais", para divulgar mensagens positivas a seu respeito. A prática seria ilegal e configuraria propaganda irregular.

Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes". O desrespeito à regra pode levar a imposição de multa de até R$ 30 mil. O caso, chamado de #piauigate, transformou Dias e o Piauí em alvos de memes. Internautas que teriam sido contratados pela agência disseram que a ação em favor de Dias era a "ponta do iceberg" e envolveria outros políticos do PT e pautas de interesse do partido.

A ação foi denunciada pela influenciadora digital Paula Holanda. Ela disse em seu Twitter que foi procurada por uma representante de uma agência de marketing digital, a Lajoy. Paula publicou suposto briefing em que uma pessoa chamada Isabella Bomtempo, da agência, convidou-a para participar de ação "de militância política para a esquerda" e não de cunho partidário. No trecho divulgado por Paula não havia menção a pagamentos. Ela aceitou participar.

"A primeira pauta foi sobre a Gleisi Hoffmann. Acompanhei o caso dela e ele ilustra bem a perseguição partidária, bem como a prisão do Lula, que foi, sim, de cunho político. Me pareceu uma pauta muito justa, então eu fiz o tuíte sem resistência."

Em outro tuíte, ela disse: "A segunda pauta foi sobre o Luiz Marinho. Parte da minha família mora em São Paulo, então a agenda paulista me interessa". Mas, na terceira vez, Paula desconfiou que o cliente seria o partido e a ação seria dissimulada e se recusou. "Minha desconfiança explodiu hoje, na terceira pauta, sobre o governador petista do Piauí, Wellington Dias."

A partir da denúncia, postagens de outros influenciadores digitais foram expostas nas redes - vários deles com comentários elogiosos a Dias. Imediatamente, as postagens se transformaram em motivo de piada - principalmente pelo fato de muitos deles nunca terem visitado o Piauí. Um influenciador digital, que pediu para não se identificar, recebeu uma mensagem parecida com a de Paula. Mas, neste caso, a agência deixava claro que a ação era pró-PT e haveria pagamento de "R$ 1.500 por mês por entrega de um conteúdo por dia".

A campanha de Dias negou ser responsável pela ação. "As postagens são espontâneas. Não conhecemos a empresa responsável nem fomos informados ou sondados sobre a tal ação". O PT nacional e agência Lajoy não responderam a contato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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