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Afundamento de mina da Braskem em Maceió mantém ritmo; Defesa Civil permanece em alerta

O terreno afundou mais 12,5 centímetros nas últimas 24 horas, de acordo com a última nota publicada pela Defesa Civil do município

A Braskem deve ser obrigada a ampliar seu orçamento de indenizações e compensações na capital alagoana, que chegava a R$ 14,4 bilhões em setembro (Braskem/Divulgação)

A Braskem deve ser obrigada a ampliar seu orçamento de indenizações e compensações na capital alagoana, que chegava a R$ 14,4 bilhões em setembro (Braskem/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 12h12.

A mina 18 da Braskem, em Maceió (AL), manteve o ritmo de afundamento entre a noite deste sábado e a manhã de domingo. O terreno afundou mais 12,5 centímetros nas últimas 24 horas, de acordo com a última nota publicada pela Defesa Civil do município. Com o movimento apresentado, o deslocamento vertical da cavidade chegou a 2,35 metros. A velocidade de deslocamento vertical neste momento é de 0,52 cm por hora.

Nesta sexta-feira, a velocidade vertical do deslocamento da mina era de 0,21 centímetro por hora. O órgão permanece em alerta devido ao risco de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

Desde os anos 1980 pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) já alertavam para o colapso do solo em bairros de Maceió, ocasionados pela mineração de sal-gema realizada pela empresa Braskem, que atua na região desde a década 1970. As primeiras pesquisas que comprovaram a catástrofe, que atinge os bairros de Mutange e de Bebedouro, foram publicadas em 2010.

Em 2018, o desnivelamento começou a se tornar evidente. Em alguns bairros, rachaduras de 280 metros de extensão surgiram nas casas e nas ruas. A Braskem foi obrigada a interromper a mineração e a evacuar os moradores das áreas mais afetadas.

Desde 2019, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, de acordo com a prefeitura, afetando cerca de 55 mil pessoas.

Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem pagasse indenização às famílias afetadas pelo afundamento. A empresa também foi condenada a reparar os danos ambientais causados.

Braskem deve gastar mais em indenizações

Pressionada pela instalação de uma comissão parlamentar de inquérito no Senado e por cobranças de autoridades locais após o risco de colapso da mina de sal-gema em Maceió, a Braskem deve ser obrigada a ampliar seu orçamento de indenizações e compensações na capital alagoana, que chegava a R$ 14,4 bilhões em setembro.

A empresa, que calcula já ter desembolsado cerca de R$ 9 bilhões, pode ter de fechar indenizações com o governo estadual e com mais 5 mil pessoas incluídas no monitoramento da Defesa Civil na semana passada. Esses gastos não estão cobertos pelos R$ 5,6 bilhões que a empresa provisionou, no último balanço trimestral, como futuras despesas relacionadas ao acidente geológico.

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