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Aeromoça sobrevivente de tragédia da Chape lança livro na Bolívia

Entre lágrimas, Ximena Suárez afirmou que o livro também é dedicado à memória de seus "amigos e colegas pilotos"

No acidente morreram 71 dos 77 passageiros do avião, a maioria jogadores (Fredy Builes/Reuters)

No acidente morreram 71 dos 77 passageiros do avião, a maioria jogadores (Fredy Builes/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 06h52.

La Paz - A boliviana Ximena Suárez, a única mulher que sobreviveu ao acidente do avião da companhia aérea LaMia na Colômbia, apresentou na terça-feira um livro autobiográfico, em um ato emocional em que lembrou, entre lágrimas, as vítimas da tragédia ocorrida há um ano.

O livro, intitulado "Voltar aos céus", foi apresentado em Santa Cruz (Bolívia) por Ximena, que esteva acompanhada do seu pai, Javier Suárez, o escritor e editor do livro, Homero Carvalho, e o outro sobrevivente boliviano, o técnico do avião Erwin Tumiri.

"Dedico este livro a Deus, pela sua bondade infinita, aos meus familiares, meus filhos, aos sobreviventes, meus irmãos como assim eu os chamo, Erwin Tumiri, Alan Ruschel, Helio Neto, Jakson Follmann e Rafael Henzel", afirmou a aeromoça, bastante emocionada.

Entre lágrimas, Ximena Suárez afirmou que o livro também é dedicado à memória de seus "amigos e colegas pilotos, que já não estão conosco, assim como os jogadores do Chapecoense e a todos aqueles que morreram nesse fatídico dia".

O avião da LaMia, onde viajavam jogadores e dirigentes da Chapecoense, além de jornalistas e tripulantes, caiu no dia 28 de novembro do ano passado, perto de Medellín, após ficar sem combustível.

No acidente morreram 71 dos 77 passageiros do avião, a maioria jogadores.

Nascida em Santa Cruz e renascida na Colômbia há um ano, Ximena afirmou que o livro é um projeto que se propôs completar desde que chegou à clínica em Medellín após o acidente.

No livro, a aeromoça narra episódios de sua infância e adolescência, sua experiência como tripulante e também relata o acidente e o processo de sua recuperação.

"Ainda é muito difícil. Neste momento estava em pleno voo no ano passado", lembrou.

Já Erwin Tumiri disse que nesta data eles celebram "mais um ano" da "nova oportunidade que Deus" lhes deu.

"Estou muito contente por Ximena, pois na época duvidei de mim mesmo, dizia que não sabia como ia superar (isto). A deixei chorando no hospital", disse o técnico, felicitando sua ex-colega de trabalho pela meta cumprida.

No início do ano, a aeromoça aceitou que os membros da família iniciassem uma campanha para arrecadar dinheiro para pagar os tratamentos médicos que ainda teria que passar e o seguro não cobria.

Ela recebeu duras críticas de pessoas falando que ela queria se aproveitar da situação para não ter de voltar a trabalhar, algo que ela negou categoricamente.

"Foi muito doloroso para ela, mas esta jovem valente soube se recuperar de tudo isso e também conseguiu expressar toda sua dor e, ao mesmo tempo, toda sua coragem neste livro", destacou o escritor Homero Carvalho.

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