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Aéreas correm risco de ‘guerra’ com greve a dois dias do Natal

Aeroviários e aeronautas travam uma disputa por reajuste salarial com as companhias aéreas desde setembro, sem sucesso

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 05h22.

São Paulo - Tam SA e Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA, assim como outras empresas aéreas brasileiras, correm o risco de uma “guerra” com seus trabalhadores, que ameaçam entrar em greve hoje, no pico da temporada de viagens de fim de ano.

“Guerra é guerra. Não estamos preocupados com a lei de greve, pois a única coisa que nos preocupa agora é não perder nossa dignidade”, disse ontem em entrevista por telefone Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários. “Não quero nem saber, quem quiser que corra atrás.”

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Aeroviários e aeronautas travam uma disputa por reajuste salarial com as companhias aéreas desde setembro, sem sucesso. A última reivindicação dos trabalhadores é de um reajuste de 13 por cento, enquanto as empresas oferecem 6,08 por cento. Aeroviários são funcionários de companhias aéreas que trabalham em solo, como mecânicos e atendentes de check-in, enquanto aeronautas são pilotos, co-pilotos e tripulantes.

A expansão econômica dos últimos anos no País elevou a procura por viagens aéreas, especialmente em períodos de pico, como o das festas de fim de ano. Entre novembro de 2009 e o mesmo mês deste ano, a demanda por passagens domésticas aumentou 17,1 por cento, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil. Em 2009, houve expansão de 15,5 por cento na demanda apenas entre novembro e dezembro.

A Tam é a maior empresa aérea em participação de mercado do Brasil, enquanto a Gol é a maior aérea brasileira em valor de mercado.

Ameaça vazia e contingência

Para o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, as ameaças dos trabalhadores não serão colocadas em prática.

“As companhias acreditam no bom senso e dedicação de seus funcionários e dos dois sindicatos, especialmente numa época em que o principal prejudicado seria o passageiro”, disse o presidente do SNEA, José Márcio Mollo, através da assessoria de imprensa do sindicato.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, que administra os principais aeroportos brasileiros, disse que está em contato com as outras agências para garantir o fluxo de passageiros. Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, já há um plano de contingência em operação desde o início deste mês, quando começou a alta temporada, e ele será intensificado caso a greve realmente ocorra.

“Haverá um reforço na fiscalização da ANAC, da Infraero e todo o contingente das polícias estaduais foi acionado para permitir que quem quiser possa trabalhar”, disse ontem a repórteres em São Paulo Solange Paiva Vieira, presidente da ANAC.

Em nota enviada por e-mail, a Gol disse que manteve sua programação de voos para hoje. Procurada a Tam disse que não iria se manifestar sobre a possibilidade de greve amanhã.

Em 2006, uma greve de controladores de voo também causou transtornos em aeroportos no período de festas, com atrasos médios de quatro horas nas viagens em dezembro. No final de 2007, um em cada cinco voos saiu com atraso, segundo a Infraero.

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