Aécio diz que prioridade agora é "provar sua inocência"
Nesta quinta-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, proibiu Aécio de exercer funções no Senado
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de maio de 2017 às 18h26.
Última atualização em 18 de maio de 2017 às 21h39.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) confirmou, por meio de nota, que vai se licenciar da presidência do partido por tempo indeterminado para se "dedicar diuturnamente a provar sua inocência e de seus familiares".
A decisão ocorre no mesmo dia em que a irmã do parlamentar, Andrea Neves, foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público por suposto envolvimento com corrupção e um dia após a notícia veiculada na imprensa de que ele teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono da JBS.
"Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas", declarou o tucano.
Nesta quinta-feira, 18, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, proibiu Aécio de exercer funções no Senado.
Em sua decisão, o ministro também impôs duas medidas cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado ou réu e a proibição de sair do país.
No texto, Aécio disse ainda que vai se empenhar para "resgatar a honra e a dignidade que construiu ao longo de mais de 30 anos de vida pública".
"O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo", afirmou. Ele também destacou que o Brasil "precisa" que o PSDB continue a ser o "fiador" das reformas defendidas pelo governo Michel Temer.
Hoje, entretanto, o relator da reforma trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), disse que a proposta virou secundária e a tramitação do texto está suspensa.
Como a Coluna do Estadão antecipou, Aécio indicou o senador Tasso Jereissati (CE) para substituí-lo interinamente no cargo.
Para fazer a escolha, o tucano disse que ouviu "inúmeros companheiros".
"Estou seguro de que, sob o seu comando, com o apoio de nossos governadores e prefeitos, de nossas bancadas no Senado e na Câmara, dos nossos diretórios estaduais, de nossos líderes municipais e todos nós, ele fará o partido seguir de forma firme e corajosa sua vitoriosa trajetória", diz um trecho da nota.