Aécio Neves: o senador lançou o slogan "País rico é País sem inflação", em contraponto à marca "País rico é País sem pobreza", do governo Dilma Rousseff (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2013 às 09h27.
São Paulo - O PSDB e o senador Aécio Neves (MG) lançaram campanhas na TV e na internet com críticas ao aumento da inflação e à política econômica do governo federal, com o objetivo de pavimentar a candidatura do mineiro à Presidência.
O projeto, que tem como alvo as classes C e D, lançou o slogan "País rico é País sem inflação", em contraponto à marca "País rico é País sem pobreza", do governo Dilma Rousseff.
A página Conversa com os Brasileiros foi desenvolvida pela equipe do publicitário Renato Pereira, provável marqueteiro da eventual campanha de Aécio.
O site vai exibir depoimentos de eleitores sobre os problemas do País, acompanhados de comentários do senador e de outros políticos do PSDB.
À noite, em três peças de propaganda de TV do partido que começaram a ser exibidas ontem, o mineiro se apresentou à população, disse que pretende estar próximo dos eleitores e voltou a criticar a alta de preços.
As duas campanhas adotam uma linguagem simples e direta para abordar a escalada da inflação - principal bandeira da oposição contra Dilma. O site vai registrar as "caravanas" que o tucano pretende fazer pelo Brasil para tornar sua imagem conhecida e identificar os temas que devem nortear sua candidatura.
Em um vídeo gravado no início de maio, em Belo Horizonte, Aécio conversa com um grupo de eleitores que reclamam do aumento dos preços de alimentos e medicamentos. Ele se diz "muito preocupado" com a inflação.
"Essa é uma coisa com que não dá para brincar. Estamos fazendo esse alerta porque o governo tem instrumentos que não está usando com força. Todas as outras conquistas estão em jogo", disse Aécio.
Uma mulher reclama especificamente da alta do preço do tomate, que foi usado por partidos de oposição como símbolo do aumento da inflação. "A sensação é de abuso. Você perdeu o direito até à salada de tomate", reclama.
Coloquial
A campanha é uma prévia do tom do discurso de Aécio e representa uma tentativa de aproximar o senador da chamada nova classe média, que cresceu durante os últimos dois governos do PT.
O PSDB, que tradicionalmente tem melhor desempenho eleitoral entre as camadas de renda mais alta, pretende se aproveitar da queda da confiança do consumidor provocada pela inflação.
Ao conversar com eleitores, o senador aborda de maneira coloquial "assuntos que afetam o dia a dia de todos nós", usa exemplos concretos, pede para ser chamado apenas pelo primeiro nome e afirma que pretende melhorar "a vida das pessoas".
No encontro com os eleitores, Aécio apresenta o Plano Real - criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), principal fiador de sua candidatura, no governo Itamar Franco - como modelo de controle de preços.
O mineiro afirma que o pacote econômico abriu caminho para a criação de programas de transferência de renda como o Bolsa Família, usado como trunfo pelo PT nas eleições.
"O Plano Real foi o mais exitoso plano de controle da inflação. Tudo o que veio depois veio com a estabilidade. A gente não teria os programas de transferência de renda se não houvesse estabilidade", diz.
Ao apresentar suas avaliações sobre o País, Aécio, em tom de candidato, foca seu discurso na ética e na gestão eficiente.
O senador tucano critica a alta carga tributária brasileira ao afirmar que o governo federal "gasta muito e gasta mal", e diz que, quando foi governador de Minas (2003-2010), fez "o ajuste (fiscal) mais duro que qualquer Estado brasileiro já fez". "Vamos gastar menos com o governo e mais com a pessoa."