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Aécio afastado; Reformas paradas…

Mexia na PF Em diálogo com o empresário Joesley Batista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que o presidente Michel Temer “errou” ao indicar o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça. A conversa foi publicada pelo site BuzzFeed Brasil. Aécio xinga Serraglio e diz que o parlamentar não teria influência para “mexer […]

AÉCIO NEVES: mandato do senador foi suspenso pelo Supremo / Evaristo Sa/AFP (Evaristo Sa/AFP)

AÉCIO NEVES: mandato do senador foi suspenso pelo Supremo / Evaristo Sa/AFP (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2017 às 19h02.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h07.

Mexia na PF

Em diálogo com o empresário Joesley Batista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que o presidente Michel Temer “errou” ao indicar o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça. A conversa foi publicada pelo site BuzzFeed Brasil. Aécio xinga Serraglio e diz que o parlamentar não teria influência para “mexer na PF [Polícia Federal]”, evitando a abertura de inquéritos na Operação Lava-Jato. “Eles são tão bunda-mole que eles não [têm] o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado”, diz o senador. Aécio foi alvo da Operação Patmos, que cumpriu 41 mandados de busca e apreensão, entre os quais os imóveis do senador. Sua irmã Andrea e seu primo Frederico Pacheco de Medeiros foram presos por participação nos esquemas delatados por Joesley e revelados ontem pelo jornal O Globo. A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir a prisão do senador, mas foi negado pelo ministro Edson Fachin, relator da ação no Supremo Tribunal Federal.

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Vende-se

Aécio Neves defendeu-se das acusações de que requisitou 2 milhões de reais a Joesley Batista dizendo que o empréstimo seria pessoal e pago depois da venda de um apartamento da família. “O delator [Joesley] propôs, entretanto, já atendendo aos interesses de sua delação, emprestar recursos lícitos provenientes de sua empresa, o que ocorreu sem qualquer contrapartida, sem qualquer ato que, mesmo remotamente, possa ser considerado ilegal ou mesmo que tenha qualquer relação com o setor público”, afirma o advogado José Eduardo Alckmin em nota pública. “A intenção do senador sempre foi, quando da venda do apartamento, ressarcir o empresário.”

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Novo presidente

Por fim, em meio à crise com a JBS, o senador Aécio Neves licenciou-se da presidência do PSDB. “Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas”, diz o senador em nota. O novo presidente do partido é o senador Tasso Jereissati (CE).

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Respeito à Constituição

Ainda durante a tarde e com a incerteza se o presidente Michel Temer renunciaria ao cargo em meio à crise com a JBS, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em nota que os envolvidos, sem que haja defesa convincente, teriam “dever moral” e deveriam “facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”. A fala esbarrava, inclusive, no então presidente de seu partido, Aécio Neves. “É preciso saber com maior exatidão os fatos que afetaram tão profundamente nosso sistema político e causaram tanta indignação e decepção. É preciso dar publicidade às gravações e ao fundamento das acusações. Os atingidos por elas têm o dever de se explicar e oferecer à opinião pública suas versões”, diz. “O país tem pressa. Não para salvar alguém ou estancar investigações.”

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Congresso paralisado

Relator da reforma trabalhista nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS), o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que vai paralisar a tramitação da matéria até que se resolva a crise política. “A crise institucional que estamos enfrentando é devastadora e precisamos priorizar sua solução, para depois darmos desdobramento ao debate relacionado à reforma trabalhista”, diz. “Não há como desconhecer um tema complexo como o trazido pela crise institucional. Todo o resto agora é secundário.” Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a matéria que era prioridade do governo teria o relatório entregue na próxima terça-feira na CAE e votação até 30 de maio. O relatório na CAS tinha previsão de votação em 7 de junho e a votação em plenário aconteceria entre 12 e 15 de junho.

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Eunício investigado

O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin autorizou a abertura de um novo inquérito contra o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, na Operação Lava-Jato, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Os documentos, porém, ainda não foram disponibilizados pelo sistema do Supremo, então não há detalhes sobre o pedido de investigação. Eunício é investigado em mais de um inquérito resultante das delações dos 77 empreiteiros da Odebrecht, suspeito de receber 2 milhões de reais em vantagens indevidas.

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Tchau, Cunha

O advogado Marlus Arns de Oliveira deixou a defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. O motivador foi a revelação de que o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, pagou uma mesada a Cunha para que ele não fizesse um acordo de delação premiada. O advogado defende outros dez réus na Lava-Jato, inclusive a esposa de Cunha, Cláudia Cruz, em um dos dois processos a que ela responde em Curitiba, por improbidade administrativa. Não há informação de quem substituirá Oliveira no processo.

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Dolly Guaraná

A Secretaria da Fazenda de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira a Operação Clone, que investiga a sonegação de 2 bilhões de reais em ICMS pela empresa Ragi Refrigerantes, fabricante de bebidas da marca Dolly. Investigadores suspeitam que, após ter a Inscrição Estadual cassada em dezembro do ano passado, a empresa teria retomado as atividades com a criação de novas companhias. Segundo o diretor executivo da administração tributária, Marcelo Bergamasco, foram identificados insumos industriais e produtos acabados, o que indica que a situação irregular estava em curso. A junção de provas tem o objetivo de suspender as atividades da empresa.

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