Acusados de chacina em MG são condenados a 102 anos
Duas pessoas foram acusadas de participar da chacina de cinco trabalhadores sem-terra em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, há nove anos
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 13h16.
Belo Horizonte - Depois de mais de nove anos, dois acusados de participar da chacina de cinco trabalhadores sem-terra em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, foram condenados na madrugada de ontem, 23, a penas que, juntas, somam 205 anos de prisão .
Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza foram condenados por um júri popular a penas de 102 anos e seis meses de prisão cada por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST ), mas vão poder aguardar recurso em liberdade.
A chamada Chacina de Felisburgo, segundo maior massacre de sem-terra ocorrido no País, ocorreu em 20 de novembro de 2004, no acampamento Terra Prometida, montado pelo MST na fazenda Nova Alegria.
Na ocasião, homens armados invadiram o acampamento atirando e mataram cinco pessoas - Iraquia Ferreira da Silva, de 23 anos, Miguel José dos Santos, de 56, Juvenal Jorge da Silva, de 65, Francisco Ferreira Nascimento, de 72, e Joaquim José dos Santos, de 48.
O grupo ainda deixou 12 feridos graves e ateou fogo em 27 casas e na escola que funcionava no local. Em novembro do ano passado, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a 115 anos de prisão, mas também está livre aguardando julgamento de recurso.
Ontem, a sentença contra os pistoleiros foi proferida pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes após cerca de 16 horas de julgamento no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, para onde o processo foi desaforado.
Milton Francisco chegou a passar mal durante a sessão e teve que ser encaminhado para atendimento médico, mas o advogado Heleno Batista Vieira, que defendeu os dois réus, concordou com o prosseguimento da sessão mesmo na ausência do cliente.
Durante o julgamento, Francisco Oliveira negou que tenha participado da chacina. Ele alegou que estava em um bar no momento do crime e disse que "nunca matou ninguém". O acusado alegou que foi incriminado por Adriano Chafik por causa de um roubo de gado que teria ocorrido na fazenda.
Milton assumiu que participou do roubo e também declarou que foi envolvido na chacina por "perseguição". Segundo Heleno Vieira, seus clientes foram vítimas de uma "manobra" para encontrar culpados da chacina por causa da "repercussão nacional" do crime e lembrou que os dois foram submetidos a exame residuográficos, que deu negativo para pólvora nas mãos dos réus.
Porém, o promotor Christiano Leonardo Gonzaga Gomes lembrou que a lei pune quem contribuiu para o crime e leu depoimentos de várias testemunhas confirmando que Milton e Francisco estavam no local no momento da chacina. E declarou que os réus não tiveram "compaixão" porque participaram do tiroteio e do incêndio "com muita covardia", tese acatada pelo júri popular.
Além deles e de Adriano Chafik, o pistoleiro Washington Agostinho da Silva também já foi condenado pelo crime. Ele foi sentenciado a 97 anos e seis meses de cadeia, mas, assim como os demais, recorre em liberdade. Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por participação na chacina, mas dez acusados estão foragidos.
Belo Horizonte - Depois de mais de nove anos, dois acusados de participar da chacina de cinco trabalhadores sem-terra em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, foram condenados na madrugada de ontem, 23, a penas que, juntas, somam 205 anos de prisão .
Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza foram condenados por um júri popular a penas de 102 anos e seis meses de prisão cada por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST ), mas vão poder aguardar recurso em liberdade.
A chamada Chacina de Felisburgo, segundo maior massacre de sem-terra ocorrido no País, ocorreu em 20 de novembro de 2004, no acampamento Terra Prometida, montado pelo MST na fazenda Nova Alegria.
Na ocasião, homens armados invadiram o acampamento atirando e mataram cinco pessoas - Iraquia Ferreira da Silva, de 23 anos, Miguel José dos Santos, de 56, Juvenal Jorge da Silva, de 65, Francisco Ferreira Nascimento, de 72, e Joaquim José dos Santos, de 48.
O grupo ainda deixou 12 feridos graves e ateou fogo em 27 casas e na escola que funcionava no local. Em novembro do ano passado, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a 115 anos de prisão, mas também está livre aguardando julgamento de recurso.
Ontem, a sentença contra os pistoleiros foi proferida pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes após cerca de 16 horas de julgamento no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, para onde o processo foi desaforado.
Milton Francisco chegou a passar mal durante a sessão e teve que ser encaminhado para atendimento médico, mas o advogado Heleno Batista Vieira, que defendeu os dois réus, concordou com o prosseguimento da sessão mesmo na ausência do cliente.
Durante o julgamento, Francisco Oliveira negou que tenha participado da chacina. Ele alegou que estava em um bar no momento do crime e disse que "nunca matou ninguém". O acusado alegou que foi incriminado por Adriano Chafik por causa de um roubo de gado que teria ocorrido na fazenda.
Milton assumiu que participou do roubo e também declarou que foi envolvido na chacina por "perseguição". Segundo Heleno Vieira, seus clientes foram vítimas de uma "manobra" para encontrar culpados da chacina por causa da "repercussão nacional" do crime e lembrou que os dois foram submetidos a exame residuográficos, que deu negativo para pólvora nas mãos dos réus.
Porém, o promotor Christiano Leonardo Gonzaga Gomes lembrou que a lei pune quem contribuiu para o crime e leu depoimentos de várias testemunhas confirmando que Milton e Francisco estavam no local no momento da chacina. E declarou que os réus não tiveram "compaixão" porque participaram do tiroteio e do incêndio "com muita covardia", tese acatada pelo júri popular.
Além deles e de Adriano Chafik, o pistoleiro Washington Agostinho da Silva também já foi condenado pelo crime. Ele foi sentenciado a 97 anos e seis meses de cadeia, mas, assim como os demais, recorre em liberdade. Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por participação na chacina, mas dez acusados estão foragidos.