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Acusador de Chalita reaparece em Israel e diz ser empresário

Súbito desaparecimento foi usado como argumento pela Procuradoria Geral da República para arquivar investigação criminal contra o ex-secretário de Educação


	Chalita: Roberto Grobman procurou o Ministério Público Estadual e imputou a Chalita uma série de atos ilícitos
 (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)

Chalita: Roberto Grobman procurou o Ministério Público Estadual e imputou a Chalita uma série de atos ilícitos (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 14h16.

São Paulo - Acusador de Gabriel Chalita - ex-secretário de Educação (2003-2007) do governo Geraldo Alckmin (PSDB) -, o analista de sistemas Roberto Grobman reapareceu em Israel como "pregador" da Igreja Universal do Reino de Deus.

Em vídeo que gravou para o bispo Edir Macedo, líder da Universal, Grobman diz que agora é um empresário bem sucedido no Oriente Médio.

O vídeo está destacado na página da internet do bispo Macedo.

Desde que fez as denúncias, Grobman sumiu. Seu súbito desaparecimento foi usado como argumento pela Procuradoria Geral da República para arquivar investigação criminal contra o ex-secretário de Educação.

No vídeo, com o "mar da Galileia" de cenário, Grobman narra que atravessou muitas dificuldades pessoais, período que superou graças à Universal, segundo sua mensagem.

"Olá bispo Macedo, meu nome é Roberto. Eu queria contar um pouco para o sr. da minha vida, como eu estava e no momento em que entrei na Igreja Universal", declara.

Há pouco mais de um ano, Grobman procurou o Ministério Público Estadual e imputou a Chalita uma série de atos ilícitos, desde o uso de helicópteros de empresas que mantinham contratos com sua gestão na Secretaria da Educação, cobrança de 25% sobre o valor de contratos da Pasta, favorecimento de editoras e até recebimento de propina de um empresário da área educacional que teria custeado a automação de seu apartamento em São Paulo.

Não apresentou provas.

Com base no relato do acusador de Chalita, a Promotoria instaurou onze inquéritos civis para investigar improbidade. No âmbito penal, o caso migrou para a Procuradoria Geral da República porque na época em que a investigação foi aberta, o ex-secretário exercia mandato de deputado federal pelo PMDB de São Paulo.

A grande maioria dos inquéritos civis já foi arquivada. "Não há qualquer indício de irregularidade", assinalou o promotor de Justiça Marcelo Milani, ao arquivar o inquérito civil 1043. "O representante (Roberto Grobman) não apresentou nenhuma prova ou indício de veracidade de suas alegações."

Em agosto de 2014, o procurador geral Rodrigo Janot requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) arquivamento do inquérito criminal, "medida que se impõe, por ausência de provas".

O procurador argumentou que Grobman nunca foi localizado para depor, nem apresentou provas que alegou possuir.

Pelo site do bispo Edir Macedo agora é possível saber que o acusador de Chalita está morando em Israel, de acordo com seu próprio relato.

"Tive uma visão que deveria vir aqui para Israel onde eu estou hoje, a Terra Santa que o sr. conhece, em frente para o mar da Galileia. Virei divinista fiel."

Afirma que sua vida "estava um caos". "Eu estava desempregado, passando por dificuldades… Comecei a ir na igreja a pé porque nem carro eu tinha, tanto que os meus sapatos estavam furados. Mesmo assim eu perseverei. Hoje tenho projetos grandes aqui, sou empresário. Tenho negócios que estão indo muito bem, tenho continuado com os meus propósitos, continuado com o dízimo aí no Brasil e tudo tem prosperado."

"Queria agradecer a Universal por ter-me aberto os olhos. Muito obrigado."

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