Apagão: o diretor admitiu ainda que as linhas de transmissão estão operando no limite de capacidade (stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 12h40.
Brasília - O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros, disse nesta terça-feira, 20, que os impactos do apagão desta segunda-feira poderiam ter sido ainda maiores se não houvesse uma rápida atuação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo ele, no momento em que o ONS detectou uma queda na frequência do sistema determinou que as distribuidoras cortassem carga de energia. Esse corte foi feito de forma preventiva, por meio de um processo manual.
"O processo automático seria em um estágio um pouco maior. Eles atuaram preventivamente preocupados com o consumo na faixa de 88 mil megawatts médios, um recorde de consumo", afirmou. "Então, foi programada uma redução na faixa de 5% na carga para ter controle sobre o sistema", completou.
Segundo Barros, o corte de carga é feito para que as usinas não entrem em colapso. "Quando a capacidade de produção é inferior ao consumo, você tem problema de baixa de frequência, o que pode gerar colapso nas usinas", explicou.
"Uma coisa é você desligar com controle, outra coisa é você perder o controle e perder todas as usinas. Nesse cenário, o desastre seria maior".
Barros reconheceu que o País vive um momento de queda nos reservatórios das hidrelétricas e elevado consumo, devido às altas temperaturas no verão. "Esses dois fatores fazem com que a alteração do sistema seja feita com mais cuidado", disse.
O diretor admitiu ainda que as linhas de transmissão estão operando no limite de capacidade devido à transferência de grandes blocos de energia de uma região para outra.
"Temos que ter um cuidado muito grande nessa operação do sistema. Como não há uma reserva muito grande, isso tem que ser administrado a cada momento, principalmente à tarde, quando a temperatura aumenta e temos um excesso de utilização de sistemas de ar-condicionado".