Acadêmico canadense sugere Lula para o Banco Mundial
A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York, do Canadá, em artigo publicado na edição de hoje do Financial Times
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 15h05.
São Paulo - O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York, do Canadá, em artigo publicado na edição de hoje do Financial Times.
"Estão crescendo as demandas para que se rompa a tradição de 65 anos de selecionar automaticamente um americano para ser o próximo chefe do Banco Mundial", escreve o acadêmico. Lembrando a reivindicação dos países em desenvolvimento, de ter maior representação nas instituições internacionais, Chin cita uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "nosso objetivo é que os países emergentes tenham a mesma chance de competir pela liderança dessas organizações multilaterais".
"Mantega não precisa olhar longe. Que tal Lula?", pergunta o autor do artigo. "Sob a liderança de Lula, o Brasil entrou na crise financeira forte e bem governado, e emergiu dela mais rapidamente do que a maioria das economias avançadas. Enquanto isso, seus bancos e multinacionais continuaram a ascender nos rankings globais. Lula foi um dos líderes mais carismáticos do Sul Global ao longo da última década. Seu perfil foi robusto nas cúpulas do G-20, acusando aqueles que administravam mal a economia mundial e demandando reformas para corrigir arranjos de representação ultrapassados no sistema econômico global", prossegue o texto.
Chin acrescenta que as credenciais de Lula "como campeão das economias em desenvolvimento são fortes. Ele viajou pelo mundo, defendendo laços Sul-Sul mais fortes, inclusive com a África e dentro dos Brics, e deu seu apoio a fóruns regionais na América do Sul. Ele demandou mais voz para os países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisões globais e de estabelecimento de agendas. Lula é respeitado por formadores de opinião no Norte. O Brasil fez contribuições substanciais para instituições multilaterais, para o sistema das Nações Unidas, dando mais do que a China para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres".
O acadêmico ressalva que "a nomeação do ex-presidente brasileiro não resolveria por si mesma os desafios de legitimidade que o Banco Mundial enfrenta. Embora os problemas de credibilidade do banco não sejam tão severos como os do FMI, não se pode esquecer que foi apenas quatro anos atrás que o banco nomeou seu primeiro economista-chefe do mundo em desenvolvimento - da China".
O artigo diz ainda que "com Lula como presidente, o banco seria liderado por alguém que lutou corajosamente pela democracia, pela igualdade e pela justiça social. Haveria acordo, pelo menos nesse nível, em torno de um bom modelo de governança".
São Paulo - O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York, do Canadá, em artigo publicado na edição de hoje do Financial Times.
"Estão crescendo as demandas para que se rompa a tradição de 65 anos de selecionar automaticamente um americano para ser o próximo chefe do Banco Mundial", escreve o acadêmico. Lembrando a reivindicação dos países em desenvolvimento, de ter maior representação nas instituições internacionais, Chin cita uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "nosso objetivo é que os países emergentes tenham a mesma chance de competir pela liderança dessas organizações multilaterais".
"Mantega não precisa olhar longe. Que tal Lula?", pergunta o autor do artigo. "Sob a liderança de Lula, o Brasil entrou na crise financeira forte e bem governado, e emergiu dela mais rapidamente do que a maioria das economias avançadas. Enquanto isso, seus bancos e multinacionais continuaram a ascender nos rankings globais. Lula foi um dos líderes mais carismáticos do Sul Global ao longo da última década. Seu perfil foi robusto nas cúpulas do G-20, acusando aqueles que administravam mal a economia mundial e demandando reformas para corrigir arranjos de representação ultrapassados no sistema econômico global", prossegue o texto.
Chin acrescenta que as credenciais de Lula "como campeão das economias em desenvolvimento são fortes. Ele viajou pelo mundo, defendendo laços Sul-Sul mais fortes, inclusive com a África e dentro dos Brics, e deu seu apoio a fóruns regionais na América do Sul. Ele demandou mais voz para os países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisões globais e de estabelecimento de agendas. Lula é respeitado por formadores de opinião no Norte. O Brasil fez contribuições substanciais para instituições multilaterais, para o sistema das Nações Unidas, dando mais do que a China para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres".
O acadêmico ressalva que "a nomeação do ex-presidente brasileiro não resolveria por si mesma os desafios de legitimidade que o Banco Mundial enfrenta. Embora os problemas de credibilidade do banco não sejam tão severos como os do FMI, não se pode esquecer que foi apenas quatro anos atrás que o banco nomeou seu primeiro economista-chefe do mundo em desenvolvimento - da China".
O artigo diz ainda que "com Lula como presidente, o banco seria liderado por alguém que lutou corajosamente pela democracia, pela igualdade e pela justiça social. Haveria acordo, pelo menos nesse nível, em torno de um bom modelo de governança".