Acabou o horário de verão, tá ok?
Bolsonaro anunciou medida nesta sexta-feira, embasada por dados técnicos, mas também por pesquisa popular
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2019 às 19h06.
Última atualização em 5 de abril de 2019 às 19h29.
A sexta-feira mostrou duas facetas marcadas do governo de Jair Bolsonaro. De um lado, a faceta pública, histriônica, que joga para a torcida. De outro, a faceta mais discreta e que consegue resultados concretos e importantes, apesar dos pesares.
Do lado de quem joga para o marketing, Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira que este ano o Brasil não terá o horário de verão e sinalizou que para o futuro a tendência é do fim definitivo da mudança de horário. “Tomei a decisão que neste ano não teremos horário de verão”, disse durante café da manhã com jornalistas.
O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o presidente havia levado em conta para tomar a decisão uma pesquisa do Ministério de Minas e Energia que mostrou que 53% dos entrevistados são a favor de acabar com o horário de verão.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já havia informado esta semana que a pasta vai finalizar nos próximos dias os estudos sobre o tema. O material será entregue ao presidente Bolsonaro, que decidirá em caráter definitivo pela continuidade ou não do horário de verão no país.
O horário de verão é adotado anualmente desde 1985 e, desde 2008, segue regras definidas pela Casa Civil, abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo especialistas do setor, a queda na economia de energia nos últimos anos não justificava mais a adoção do horário. Mas havia o argumento de que ele poderia continuar em vigor sob o argumento de que estava incorporado à tradição social do país.
Por outro lado, o ministério de Infraestrutura, comandado por Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou nesta sexta-feira ter cumprido a meta de 23 leilões em 100 dias de governo.
O leilão de arrendamento de seis terminais portuários no Pará terminou com 447,64 milhões de reais arrecadados com outorga. No total, o governo federal ofertou à iniciativa privada cinco áreas no Porto Organizado de Belém e uma no porto de Vila do Conde, em Barcarena.
Todos os terminais têm como objetivo principal a movimentação de granéis líquidos, principalmente combustíveis. Ao todo o governo espera que sejam investidos pouco mais de 420 milhões de reais nos portos. O prazo dos contratos vai de 15 a 25 anos, podendo ser renovados até um limite de 70 anos.
O ministro definiu o resultado como “espetacular”. Segundo ele, o próximo passo será lançar os editais para leilão de dois terminais no porto de Santos (SP) e um no porto de Paranaguá (PR) na próxima semana. Entre o que é importante e o que é marketing, o governo se aproxima dos 100 dias com poucos projetos realmente relevantes para chamar de seus.