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A vez de os estados agirem

Desde que a crise nos presídios e a guerra entre facções rivais veio à tona, com a rebelião que resultou nas 56 mortes em Manaus no primeiro dia deste ano, o cronômetro com a contagem regressiva para quando a disputa viria para as ruas passou a girar. Pois, depois de outras duas rebeliões, em Roraima […]

Familiares aguardam informações sobre presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Familiares aguardam informações sobre presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 05h47.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h19.

Desde que a crise nos presídios e a guerra entre facções rivais veio à tona, com a rebelião que resultou nas 56 mortes em Manaus no primeiro dia deste ano, o cronômetro com a contagem regressiva para quando a disputa viria para as ruas passou a girar. Pois, depois de outras duas rebeliões, em Roraima e no Rio Grande do Norte, essa hora parece ter chegado: quatro homens foram encontrados mortos ontem em uma casa na região metropolitana de Natal. A suspeita é que fossem integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela morte de 26 rivais do Sindicato do Crime na cadeia de Alcaçuz no final de semana.

Documentos da Polícia Civil conseguidos pela revista Época mostram que o PCC também estaria planejando ataques a policiais no estado de São Paulo, que ainda não teve problemas dentro dos presídios. A determinação, vinda de dentro de um presídio paulista, seria para que membros da facção que não estão presos monitorassem a casa de policiais – eles já teriam endereços dos imóveis.

Enquanto o crime se organiza, o governo federal adiou a reunião entre o presidente Michel Temer e governadores, que estava marcada para hoje. A pauta era, mais uma vez, a crise prisional com um toque de dívida dos estados. Agrupar todos os estados, uns mais afundados em crise financeira e prisional, como o Amazonas, outros em melhor situação, como o Espírito Santo, gerou mal-estar. No lugar, Temer vai se reunir com os governadores da região Norte e mais Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O principal tema de discussão será o controle das fronteiras.

Governantes não entendem como cerca de 2,3 bilhões de reais serão alocados para a construção de presídios, enquanto os estados padecem em crise financeira, deixando de pagar salários de servidores de setores como saúde e educação. Para muitos deles, a crise financeira é tão aguda que os massacres nas prisões simplesmente não são prioridade.

 

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