A última tarefa do deputado Marun: a CPMI da JBS
ÀS SETE - Deputado peemedebista será empossado como ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 06h52.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 07h28.
O personagem político da semana que começa é o tonitruante deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS).
Antes de ser empossado como ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, Marun terá uma última tarefa como parlamentar, na terça-feira, quando apresentará seu relatório final à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS.
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A data limite de funcionamento da comissão, presidida pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), era o próximo dia 22.
Os trabalhos foram adiantados pois Marun assumirá o cargo palaciano na próxima quinta-feira 14 e deve se dedicar integralmente à reforma da Previdência.
Apesar de ter entre os objetivos principais investigar irregularidades envolvendo a empresa processadora de carnes em operações com o BNDES entre os anos de 2007 e 2016, boa parte das audiências se concentraram na delação premiada dos sócios Joesley e Wesley Batista.
As sessões que mais repercutiram têm relação direta com as negociações entre os empresários e o Ministério Público Federal, cujas confissões envolveram o presidente Michel Temer.
As principais, provavelmente, foram os depoimentos de Wesley Batista e do ex-procurador Marcello Miller. “Hoje, na condição em que me encontro, descobri que é um processo imprevisível e inseguro para quem decide colaborar, mas continuo acreditando na Justiça brasileira”, disse Wesley.
“As delações dos últimos anos fizeram o país se olhar no espelho, mas, como ele não gostou do que viu, o resultado tem sido este: colaboradores presos e delatados soltos”. Miller, por sua vez, negou crimes, mas assumiu a “lambança” de ter orientado advogados da família Batista antes de efetivar sua saída do MPF.
Os dois episódios devem certamente compor o relatório de Marun com o objetivo de constranger o fechamento de delações premiadas da Operação Lava-Jato nos últimos anos, criando uma regulamentação mais rígida aos acordos. Devem prevalecer os argumentos de “coação” e “abuso do uso das delações” que políticos enrolados vivem repetindo.
Será a última grande defesa do governo e da base política do escudeiro Marun, que na quinta-feira assume o ministério e continuará seus trabalhos, desta vez de dentro da Esplanada.