A partir de hoje, sentença de Lula pode sair a qualquer momento
Termina nesta terça o prazo para a defesa entregar as alegações finais no caso do tríplex
Luiza Calegari
Publicado em 20 de junho de 2017 às 10h00.
Última atualização em 20 de junho de 2017 às 11h52.
São Paulo - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até esta terça-feira (20) para entregar as alegações finais no caso do tríplex. Depois da entrega, o juiz Sergio Moro , responsável pela condução da Lava Jato , já pode determinar uma sentença.
Nas alegações finais da acusação, o Ministério Público Federal pediu a prisão de Lula no começo de junho por corrupção e lavagem de dinheiro. Pediu, ainda, a apreensão de R$ 87 milhões, valor do montante de propinas que foram pagas nos contratos entre a OAS e a Petrobras.
Segundo o MP, Lula teria recebido o tríplex no Guarujá como contrapartida por contratos fechados entre a OAS e a Petrobras durante sua gestão.
Também são réus no caso o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, os executivos da empresa Agenor Franklin Medeiros, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Ferreira, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Todos são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A ex-primeira-dama Marisa Letícia teve o nome excluído da ação após a sua morte, em fevereiro passado.
O que acontece depois?
Se Moro absolver Lula, o MPF deve recorrer. Se decidir pela condenação, Moro pode declarar Lula culpado e pedir ou não a prisão preventiva ou temporária.
De qualquer forma, a defesa de Lula deve recorrer imediatamente, fazendo com que o caso passe para a segunda instância, ao Tribunal Regional Federal da 4ª região.
Para que o ex-presidente não seja preso, basta a defesa recorrer com habeas corpus. Além disso, a condenação em primeira instância não acarreta em inelegibilidade, ou seja, Lula ainda poderia ser candidato.
Quando o caso for para o TRF, no entanto, há mais motivo para preocupação: a partir da segunda instância, o petista poderá ser preso e ficar inelegível, se for condenado.