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A disputa da vacina: SP diz que se governo atrasar, vai direto no Butantan

O governo de São Paulo prevê iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro. Caso o Ministério da Saúde antecipe a data, vai alterar o calendário

(Thomas Peter/Reuters Brazil)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 17h10.

Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 18h55.

O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse nesta sexta-feira, 8, que se o Ministério da Saúde atrasar o início da vacinação contra a covid-19, deverá manter o cronograma estadual, que prevê imunizar os paulistas a partir do dia 25 de janeiro.

Para isso, o governo de São Paulo deverá utilizar parte das 46 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e a Sinovac, informou Gorinchteyn, embora um contrato assinado nesta quinta-feira, dia 7, entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde defina, a princípio, que todas as doses da Coronavac sejam utilizadas no Programa Nacional de Imunização.

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Procurado por EXAME, o Ministério da Saúde respondeu por meio de nota: "O Ministério da Saúde reforça que todos os estados brasileiros serão tratados de forma igualitária e proporcional e o início da vacinação ocorrerá após a autorização temporária de uso emergencial ou do registro de vacinas concedidos pela Anvisa. As vacinas serão enviadas aos estados, que serão encarregados de distribuir aos municípios", diz o texto.

“Nós não podemos aguardar. Nós temos as 46 milhões de doses, que até abril serão ofertadas para o Programa Nacional de Imunização. Mas caso haja atraso, nós estamos mantendo o dia 25 de janeiro para aqueles grupos específicos, como profissionais de saúde e idosos”, disse Gorinchteyn em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira.

Gorinchteyn ainda fez uma comparação com a vacinação contra a gripe, em que o Ministério da Saúde adquire as vacinas junto ao Butantan, e, segundo ele, alguns estados podem optar por elaborar um cronograma de imunização de acordo com a identificação de necessidades locais.

“Assim é feito com a vacinação da gripe. Segue todos os ritos do Programa Nacional de Imunização. São Paulo, por diversas vezes, antecipou o calendário exatamente entendendo que a circulação do vírus ameaçava a sua população. O Amazonas já fez isso. E isso não será diferente em relação ao coronavírus, seguindo todo o ritual e normas estabelecidos pelo Programa Nacional de Imunização”, afirmou.

O secretário-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, disse que se o Ministério da Saúde iniciar a vacinação antes do dia 25, a data do início da imunização em São Paulo deverá começar antes também.

“Se o programa nacional tiver início no dia 20 de janeiro, o programa estadual também será antecipado. E é isso que todos nós queremos. Se o programa nacional decidir postergar a data de início da vacinação, para depois de 25 de janeiro, São Paulo não abrirá mão de iniciar nesta data”, afirmou.

Assim como o plano nacional, a estratégia do governo de São Paulo prevê vacinar primeiro os idosos e profissionais de saúde. Esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos.

Em seguida, deverão ser imunizados os idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.

Governo compra 46 mi de doses do Butantan

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 7, que fechou um acordo com o Instituto Butantan e que o governo federal ficará com todas as doses da Coronavac que deverão ser produzidas. O contrato prevê a compra de 46 milhões doses e a possiblidade de aquisição de mais 54 milhões.

A assinatura do contrato com o Butantan só foi possível graças a uma Medida Provisório editada pelo presidente Jair Bolsonaro em que autoriza a aquisição de vacinas antes do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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