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84% dos casos de febre amarela em MG envolvem homens

O atual surto da doença é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica

Febre amarela: até o momento, 53 cidades mineiras tiveram ao menos uma confirmação de transmissão da doença (Arquivo/Agência Brasil)

Febre amarela: até o momento, 53 cidades mineiras tiveram ao menos uma confirmação de transmissão da doença (Arquivo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de março de 2017 às 19h04.

Minas Gerais contabiliza 1.094 notificações de febre amarela no estado. Destas, 118 foram descartadas e 339 são casos confirmados.

É o que aponta o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgado hoje (7).

Segundo o levantamento, entre as vítimas que apresentaram exame positivo para a doença, 84% são do sexo masculino.

Os casos confirmados são aqueles em que o paciente apresenta exame positivo para febre amarela, exame negativo para dengue, falta ou desconhecimento sobre vacinação e sintomas compatíveis com a doença.

O boletim da SES-MG mostra também que a febre amarela provocou a morte de 117 pessoas em Minas Gerais.

Mais 75 óbitos ainda estão sendo analisados.

O atual surto é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.

A situação mais grave até então havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas.

Até o momento, 53 cidades mineiras tiveram ao menos uma confirmação de transmissão da doença.

Quatro delas tiveram mais de 20 confirmações: Ladainha, Caratinga, Novo Cruzeiro e Poté. Mais 40 municípios analisam casos suspeitos.

A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae.

No meio rural e silvestre, ele é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942.

Até o momento, nenhum dos casos em Minas Gerais são considerados urbanos pelos órgãos públicos.

A principal medida de combate à doença é a vacinação da população.

O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após dez anos.

No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.

Terceiro macaco morto

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirmou hoje (17) que um terceiro macaco encontrado morto na capital mineira estava com febre amarela.

O corpo do animal estava na região centro-sul e foi submetido a exames que deram resultado positivo.

Os outros dois macacos que já tiveram confirmação para a doença foram encontrados nas regiões oeste e Venda Nova.

Belo Horizonte analisa ainda 18 mortes de animais. Por outro lado, a capital mineira não tem nenhuma notificação de transmissão da doença para humanos.

Em todo o estado de Minas Gerais, 102 municípios têm confirmação de macacos mortos por febre amarela.

Mais 105 cidades investigam mortes de animais.

A prefeitura de Belo Horizonte vem fazendo algumas ações para evitar que a doença atinja sua população.

Entre as medidas adotadas, estão o reforço da vacinação e a interdição do Parque Jacques Cousteau, do Parque das Mangabeiras e do Parque da Serra do Curral.

Até o momento, 556 mil pessoas receberam o imunizante na cidade.

 

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