Campinas: com mais de 1 milhão de habitantes, cidade já considera um plano de rodízio no abastecimento (Governo de São Paulo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2015 às 13h50.
São Paulo - Apesar das chuvas, pelo menos 32 cidades do interior de São Paulo estão à beira do racionamento. Entre as que estão com o abastecimento vulnerável, algumas são de grande porte e importantes centros regionais, como Campinas, São José do Rio Preto, Piracicaba e Bauru. O calor intenso e o aumento no consumo esvaziam os reservatórios que até agora receberam menos chuvas que o esperado. A população em risco de ficar sem água ainda no primeiro semestre de 2015 chega a 4,8 milhões de pessoas.
Em Campinas, com mais de 1 milhão de habitantes, um plano de rodízio no abastecimento preparado em maio do ano passado, e que não foi adotado, volta a ser considerado. O plano prevê a redução, de forma alternada, na quantidade de água enviada à rede que abastece os bairros, caso o abastecimento atinja nível crítico.
Mais de 90% dos moradores dependem do Rio Atibaia, que tem sua vazão afetada pela crise no Sistema Cantareira. Apesar das últimas chuvas, o rio chegava a Campinas ontem (16) com vazão de 6,30 metros cúbicos por segundo, pouco acima do nível de alerta. De acordo com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), as 12 medidas anunciadas no auge da crise hídrica continuam em vigor. Entre elas, estão a substituição de redes antigas, ampliação de reservatórios e a regulamentação do reúso da água no município.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) determinou que as multas para quem desperdiça água também sejam mantidas. Quem for flagrado tem a opção de pagar três vezes o valor da última conta ou fazer um curso de reciclagem para uso racional da água. O curso é dado pela Sanasa. Na região, cidades como Valinhos e Saltinho continuam com racionamento.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Semae) de Piracicaba está comprando kits de caixa dágua para distribuir à população que não tem recursos para adquirir a benfeitoria. A cidade é abastecida principalmente pelo Rio Corumbataí, cuja vazão sofre grandes oscilações. Em Limeira, o calor excessivo elevou o consumo à capacidade máxima de produção de água tratada. O serviço municipal de água fez um apelo por economia, alegando que o abastecimento pode ficar comprometido.
São José do Rio Preto, que escapou do racionamento em 2014, prepara medidas para cortar o consumo. A Represa Velha, uma das principais fontes de captação, teve a capacidade reduzida a menos da metade pelo assoreamento. Na região de Ribeirão Preto, o racionamento é mantido em Tambaú e Cristais Paulista.