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3 razões para amar e outras 3 para odiar as ciclovias em SP

Desde que começaram a ser instaladas em maior escala pela prefeitura, as ciclovias atraíram o amor e o ódio dos paulistanos. Veja os argumentos de cada lado.

Ciclista usa ciclovia em São Paulo (Luiz Guadagnoli / Secom/Divulgação)

Ciclista usa ciclovia em São Paulo (Luiz Guadagnoli / Secom/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 31 de março de 2015 às 06h00.

São Paulo – Desde que começaram a ser instaladas em maior escala pela prefeitura, as ciclovias atraíram o amor e o ódio dos paulistanos. De um lado, ciclistas e urbanistas defendem os benefícios das novas faixas para o trânsito e para a saúde. Do outro, motoristas e comerciantes reclamam da perda de espaço nas vias e da falta de diálogo para a mudança.

No último dia 19, a Justiça chegou a proibir a prefeitura de continuar a instalação das faixas, a pedido do Ministério Público. Os argumentos eram de que faltou planejamento e de que há falhas na instalação.

Oito dias depois, uma manifestação reuniu ciclistas contrários à paralisação. Na mesma data, o Tribunal de Justiça reverteu a decisão e liberou as obras.

A discussão sobre o tema parece estar longe de terminar. Até agora, a prefeitura já instalou 235,3 km km de vias para bicicletas – a meta é chegar a 400 km até o fim do ano.

Veja agora três motivos para amar e outros três para odiar as faixas para bicicletas na cidade, de acordo com os principais interessados no tema. De que lado você está?

3 razões para amar as ciclovias

1 – Elas significam menos carros

As ciclovias incentivam o uso da bicicleta como forma de se locomover pela cidade. Com isso, a expectativa é de que elas ajudem a diminuir o número de carros nas ruas, reduzindo o trânsito, a poluição e o barulho gerado por eles.

Nas palavras da Ciclocidade, associação de ciclistas de São Paulo, as ciclovias reduzem “os desperdícios públicos e privados com os congestionamentos e a evidente falência do sistema de transportes baseado no automóvel”.

2 – Também significam mais qualidade de vida

Fazer exercícios físicos é importante para a saúde de todos. E andar de bicicleta é uma ótima atividade. Além dos benefícios à saúde, a Ciclocidade também argumenta que a instalação de ciclovias permite aos ciclistas conhecerem melhor a cidade enquanto trafegam de um ponto a outro, tornado a viagem mais agradável e menos estressante do que se feita em um automóvel. Dá para parar numa lojinha que você não conhecia, ou até descobrir uma praça nova.

3 – E ainda trazem mais economia e segurança

Quem anda de bicicleta não gasta dinheiro com gasolina nem com bilhete único. Então, essa pode ser uma ótima forma de dar uma folga ao orçamento familiar. Além disso, as ciclovias garantem mais segurança aos ciclistas, que antes trafegavam entre os carros.

Não custa lembrar dos diversos acidentes que já ocorreram com ciclistas na cidade, inclusive na avenida Paulista, cuja ciclovia gerou grande discussão. Em outubro do ano passado, o ciclista Marlon Moreira de Castro morreu após ser atropelado por um ônibus na avenida, que ainda não tinha iniciado as obras para a ciclovia.

Obras da ciclovia da avenida Paulista (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)










3 razões para odiar as ciclovias 

1 – Elas foram feitas sem planejamento

Uma das principais reclamações de moradores e comerciantes é a falta de diálogo com a população sobre a instalação da ciclovia. Este é um dos argumentos que consta na ação movida pelo Ministério Público Estadual solicitando a paralisação das obras.

Para o MPE, é “sem justificativa e ilegal a opção da atual gestão municipal em proceder, com velocidade exacerbada, à implantação do sistema cicloviário neste município sem prévias audiências públicas, sem consulta à população, principalmente das pessoas que vivem no entorno dos locais em que estão sendo instaladas as ciclovias e ciclofaixas”, diz a petição.

2 – E ainda deixam menos espaço para estacionar

Outra questão é o fato das faixas ocuparem espaços antes destinados ao estacionamento de veículos. "Com a ciclovia fica impossível descarregar compras, apanhar um idoso na porta de casa. O comerciante também não tem mais acesso ao seu comércio", afirmou um comerciante da região da Santa Cecília à Folha de S.Paulo.

Outra moradora, desta vez dos Jardins, questionou em reportagem do Estado de S.Paulo: “Se eu fizer um jantar e quiser receber meus amigos, onde eles vão parar?”,

3 – Como se não bastasse, ocupam calçadas e podem causar acidentes com pedestres

Outro argumento de quem é contrário às faixas é a falta de segurança para ciclistas e pedestres. No caso dos ciclistas, os críticos dizem que há ciclovias em avenidas muito movimentadas, o que poderia gerar acidentes. Outra questão é a instalação das faixas em calçadas, o que pode trazer riscos aos pedestres. 

Na ação, o Ministério Público aponta a “execução de ciclofaixas (...) em locais obstruídos por postes, placas de sinalização, com buracos, com guias altas em travessia de ruas, pontos de ônibus, árvores, poços de visitas (PV) em desnível, rampas de garagem, calçadas em condições precárias, com ocorrência de empoçamentos de água, acúmulo de lama e entulhos, etc”.

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