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23% dos paulistanos defendem o uso de Forças Armadas na Cracolândia

Combate ao tráfico de drogas e a criação de políticas públicas são, na opinião do paulistano, as principais medidas a serem adotadas na região

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Dos entrevistados, o combate ao tráfico foi mencionado por 59% como principal medida a ser adotada na Cracolândia (Marcelo Camargo/ABr/Agência Brasil)

Dos entrevistados, o combate ao tráfico foi mencionado por 59% como principal medida a ser adotada na Cracolândia (Marcelo Camargo/ABr/Agência Brasil)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de julho de 2018, 12h58.

São Paulo - O combate ao tráfico de drogas e a criação de políticas públicas são, na opinião do paulistano, as principais medidas a serem adotadas na Cracolândia, na região central da capital paulista. O diagnóstico é resultado de pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, sobre temas relacionados à assistência social na cidade.

Dos entrevistados, o combate ao tráfico foi mencionado por 59% como principal medida a ser adotada na Cracolândia. A segunda ação mais mencionada foi o desenvolvimento conjunto de políticas públicas, envolvendo áreas da saúde, segurança, assistência social, educação, trabalho e renda.

A terceira colocada (43%) entre as medidas mais citadas foi a construção de unidades de saúde especializadas para atender exclusivamente aos usuários de drogas. Foram entrevistadas 800 pessoas entre os dias 5 e 22 de abril.

O incentivo à criação de projetos sociais de apoio aos usuários de drogas é visto por 33% como ação importante para a região da Cracolândia. Para 27%, a Prefeitura de São Paulo deveria fazer parceria com o governo estadual para intensificar a ação da polícia e cuidar das famílias que residem na área e precisam conviver com o tráfico e os usuários de drogas.

Dos entrevistados, 23% apontam que deve haver incentivo à instalação de empresas, comércios e centros culturais no local. E outros 23% defendem o uso das Forças Armadas para o combate ao tráfico e ao consumo de drogas na região.

Drogas

Em maio, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que um ano após ser alvo de uma megaoperação policial, a Cracolândia resiste, com o fluxo espalhado pelo centro de São Paulo.

No "quadrilátero da droga", porém, o cenário mudou: usuários dividem território com espigões residenciais de 17 andares, recém-construídos. Com obras, desapropriações e demolições em andamento, frequentadores e moradores vivem clima de incerteza - e o acirramento da tensão tem provocado conflitos com guardas-civis e policiais, e até invasões nos novos prédios.

Pontos de droga

Levantamento inédito do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) aponta que há ao menos 275 pontos de venda de droga no varejo na cidade de São Paulo.

O mapeamento indica, ainda, que o crack se disseminou e já é vendido em cerca de 80% das biqueiras - como são chamados os locais de tráfico. Com a expansão do comércio, a Polícia Civil agora também mira as áreas denominadas de minicracolândias e planeja operações.

Na avaliação de policiais, a fragmentação dos "fluxos" facilita a realização de operações contra o tráfico.

Morador de rua

Para os paulistanos entrevistados, a melhora das condições da população em situação de rua passa, principalmente, pela ampliação de políticas públicas de acolhimento (Centros de Acolhida, os Centros de Acolhida Especiais e Centros Temporários de Acolhimento).

A capacitação com foco na capacitação profissional para inserção no mercado de trabalho também é entendida como medida importante.

De acordo com a pesquisa, a ampliação de políticas de habitação e de atendimento social e assistencial é indicada por cerca de dois terços dos paulistanos como maneira mais apropriada de tratar a questão de pessoas em situação de rua.

O estudo da Rede Nossa mostrou ainda que o acesso ao primeiro emprego e à educação integral são entendidos pelos paulistanos como formas de garantir oportunidades e reduzir o grau de vulnerabilidade das crianças e adolescentes em São Paulo.

Segundo a pesquisa, 77% concordam plenamente que políticas de estímulo ao primeiro emprego, como a lei do aprendiz, garantem mais oportunidades para os jovens e 68% concordam totalmente que ampliar a oferta do ensino em tempo integral afasta crianças e adolescentes de situações de vulnerabilidade social.

Outros 63% discordam que trabalhar é mais importante para a formação das crianças do que o estudo. Para 47%, medidas socioeducativas são a melhor solução para as crianças e adolescentes que desrespeitaram as leis.

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