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1º lote da vacina para crianças pode durar só 2 dias, diz secretário de SP

"Recebemos 64.090 vacinas, mas temos 236 mil de crianças com comorbidade", disse o secretário de Saúde, Edson Aparecido

Vacinação de crianças contra covid-19 (Images By Tang Ming Tung/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 13h04.

Última atualização em 17 de janeiro de 2022 às 13h05.

A campanha de vacinação contra o coronavírus de crianças de 5 a 11 anos, iniciada na cidade de São Paulo nesta segunda-feira, 17 depende do envio de mais doses do Ministério da Saúde para ter continuidade ao longo da semana.Segundo o secretário de Saúde, Edson Aparecido, as 64 mil doses da vacina pediátrica da Pfizer podem durar apenas até esta terça-feira, dia 18, conforme a velocidade de vacinação.

"Recebemos 64.090 vacinas, mas temos 236 mil de crianças com comorbidade. Temos de esperar o Ministério de Saúde mandar mais vacinas. A gente vai vacinando paulatinamente", disse Aparecido. "A vacinação de crianças é mais demorada. Essa quantidade de vacina limitada pode ajudar um pouco a ajustar a pressão da demanda. Vamos ver se mandar mais alguma coisa até quarta-feira, a gente avança rapidamente. Do jeito que a gente vacina rápido, a vacina pode acabar amanhã (terça-feira)."

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Neste domingo, 16, o Ministério da Saúde já recebeu o 2º lote de entregas da Pfizer, com cerca de 1,2 milhão de doses, e vai fazer a distribuição entre os Estados.

A quantia que chegou na semana passada foi distribuída pelos postos da cidade ao longo do final de semana para que a campanha vacinal pudesse ser iniciada nesta segunda. Nesta primeira etapa da imunização, a capital paulista aplica doses em quem tem alguma comorbidade, deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual) ou indígenas aldeados e quilombolas - a vacinação no público sem comorbidades está prevista para ser iniciada na segunda semana de fevereiro. Outras capitais, como Rio, Belo Horizonte e Salvador também aplicam a vacina em crianças nesta segunda.

O início oficial da vacinação foi realizado em um evento simbólico no Hospital Cruz Verde, na zona sul de São Paulo, referência em paralisia cerebral. As primeiras crianças vacinadas foram Eloá Silva Oliveira, de 10 anos, Bryan Miguel Costa, de 5, e Beatriz Araújo, de 8 anos. Todas foram abandonadas pelos pais e vivem no hospital. Atualmente, a instituição atende cerca de 180 crianças.

O evento contou com a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), acompanhado dos secretários municipais de Saúde, Edson Aparecido, de Educação, Fernando Padula, e da Pessoa com Deficiência, Silvia Grecco.

A vacina está sendo aplicada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais AMAs/UBSs Integradas. Para receber o imunizante, a criança precisa estar acompanhada do pai ou de um responsável maior de idade e levar algum documento de identificação, como CPF, certidão de nascimento ou RG.

Reunião

Aparecido também confirmou a realização de uma reunião com o Sindicato do Médicos de São Paulo (Simesp) para discutir a paralisação da categoria, prevista para quarta-feira, 19. A entidade anunciou a greve em meio a uma disparada de casos de covid-19 provocada pela variante Ômicron do coronavírus e o afastamento de profissionais de saúde na rede.

"O sindicato mandou duas cartas. Atendemos o pagamento do banco de horas de 2021, horas extras de janeiro, contratação de mais profissionais, mas não dá para suspender o atendimento", afirma o secretário. O Simesp, por sua vez, afirma que não teve as demandas atendidas pela Prefeitura.

Imunizante é seguro

A vacinação contra a covid-19 começou no País na sexta-feira, 14 quase um mês após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dar aval ao imunizante. Contrário à vacinação, o governo Jair Bolsonaro colocou em xeque a segurança e a eficácia da vacina e convocou uma consulta pública sobre o assunto, embora o produto seja recomendado por médicos, cientistas e usado em mais de 40 países.

A aplicação da vacina em crianças é fundamental para ajudar no controle da transmissão do vírus e proteger os mais novos que, embora não sejam o grupo mais vulnerável à doença, também têm riscos de complicações.

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