10 motivos para apagar as luzes na Hora do Planeta
O apagar mundial das luzes acontece neste sábado das 20h30 às 21h30 como forma de manifesto ao aquecimento global e à desigualdade energética. Veja boas razões para ficar no escuro
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h41.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h41.
São - Está chegando a hora de ficar no escuro. A quinta edição da Hora do Planeta convoca todos a apagarem as luzes durante uma hora neste sábado, 23 março, das 20h30 às 21h30. Capitaneado pelo grupo WWF, o ato simbólico pretende conscientizar a população sobre problemas ambientais que a humanidade enfrenta e sinalizar aos governantes sobre a necessidade urgente de agir contra o aquecimento global e a desigualdade do acesso à energia . A campanha começou 2007 a partir de uma iniciativa da cidade de Sidney, na Austrália, e vem crescendo para se tornar a maior ação voluntária pelo planeta. Na edição 2012, o evento foi abraçado por mais de 7 mil cidades em 152 países nos sete continentes. Cada vez mais brasileiros participam do movimento. Em 2012, a adesão foi recorde, com todas as capitais e mais de 130 cidades se mobilizando. E você, vai apagar?
Uma em cada cinco pessoas no planeta – ao todo 1,3 bilhão de pessoas – ainda não tem acesso à eletricidade. Mais de 80% vivem em regiões da África Subsaariana e parte do sudeste asiático onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde.
Cerca de 2,7 bilhões dependem de madeira, carvão, carvão vegetal ou resíduo animal para cozinhar e aquecer. Na economia de hoje, isso é injusto e uma grande barreira para a erradicação da pobreza, segundo a Onu.
O apetite insaciável da Índia por carvão tem um preço alto: pelo menos 115 mil mortes por ano, segundo um estudo pioneiro que investigou os efeitos nocivos da poluição pela queima de carvão na saúde da população. A nação é segunda mais dependente dessa fonte para geração de energia elétrica, atrás apenas da China.
Entre 2010 e 2035, o consumo mundial de energia pode aumentar em 33%. Com isso, as emissões globais de gases efeito estufa poderá crescer até 20%, o que deve intensificar o aquecimento do planeta e, por tabela, as mudanças climáticas.
A desigualdade energética é acentuada nos países mais pobres. Para se ter uma ideia, um único morador de Nova York consome ao longo de um ano quase a mesma quantidade de energia que 45 pessoas consomem juntas na África Subsaariana.
Pelos cálculos da Onu, são necessários 1 trilhão de dólares em investimentos cumulativos – cerca de 49 bilhões por ano – para atingir o acesso universal à energia até 2030.
O Brasil tem hoje 728 mil domicílios sem conexão à rede elétrica. Destes, 595 mil ficam em áreas urbanas e 133 mil em regiões rurais. Norte e Nordeste são os estados com maior número de residências no escuro.
Pensa que só o desperdício de água é problema no Brasil? Anualmente, o país desperdiça um volume superior ao consumido pelo total da população do estado do Rio de Janeiro, de 36 TWh. Isso é quatro vezes superior ao consumido no Ceará.
Na ponta do lápis, o desperdício de energia no Brasil gera perdas de R$ 15 bilhões ao ano, segundo pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), de 2011.
Apesar das chuvas de março fechando verão nas últimas semanas, o nível dos reservatórios no sudeste e centroeste ainda está insatisfatório. Segundo a ONS, os reservatórios estão 40% a baixo da média do mês. Apesar de não haver risco de racionamento, a baixa faz com que seja necessário aumentar a geração elétrica a partir de usinas térmicas, que poluem mais e aumentam a conta de luz no fim do mês.
Mais lidas
Mais de Brasil
Mudanças climáticas vão agravar desafios no abastecimento de água até 2050, diz estudoG20: Brasil reafirma meta de sair do Mapa da Fome até 2026, diz ministroUnião e PSD definem derrota para o governo no Senado em votação de emendas, veja placarSenado exclui possibilidade de bloqueio de emendas e desobriga a destinação de verbas para a saúde