Cachaça: Em 2024, os embarques de cachaça geraram US$ 14,5 milhões, sendo cerca de US$ 3,5 milhões destinados aos EUA (Freepik)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 12h25.
Última atualização em 11 de dezembro de 2025 às 13h15.
Embora São Paulo não seja tradicionalmente associado à produção de cachaça, o estado quer mudar esse cenário. Para aumentar sua participação no mercado, o governo paulista lançará, nesta quinta-feira, 11, o projeto Rotas da Cachaça, além de uma linha de crédito de R$ 3 milhões para os produtores da bebida.
A iniciativa visa destacar a cachaça como um produto turístico e cultural. A cadeia produtiva da cachaça movimenta anualmente R$ 15,5 bilhões no Brasil, segundo o Centro Brasileiro de Referência da Cachaça e Euromonitor.
O projeto contará com 8 rotas e 2 destinos em 65 municípios, com destaque para alambiques familiares, propriedades rurais, museus, pousadas temáticas e espaços culturais dedicados à cachaça.
As novas rotas se somam às já existentes Rotas do Café, do Vinho e do Queijo, lançadas também neste ano.
"O projeto fortalece pequenos e grandes produtores, impulsiona a formalização e abre portas para novos mercados, inclusive internacionais", diz Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de SP.
Com Minas Gerais, São Paulo é um dos principais polos de produção e consumo de cachaça, liderando as exportações brasileiras, com 6,6 milhões de litros, o que representa 46% do total nacional, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de SP.
Em 2024, o número de estabelecimentos produtores de cachaça no Brasil cresceu 4%, totalizando 1.266 unidades, conforme dados do Anuário da Cachaça 2025, produzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O governo estadual de São Paulo anunciará uma linha de crédito de R$ 3 milhões para apoiar financeiramente os produtores artesanais e os de cachaça no processo de formalização sanitária e regulatória.
A medida segue o modelo de subvenção da linha Artesanal + Legal e permitirá o custeio de processos de registro e certificação necessários para que os produtores atendam às exigências legais.
A estimativa do fundo é que o valor médio contratado na linha seja de R$ 30 mil por produtor, estima-se que até 100 produtores artesanais, incluindo os de cachaça de alambique, possam ser beneficiados.
Além disso, o governo paulista assinará o decreto regulamentando a Lei 18.154 de 2025, que cria o Sistema Estadual de Inspeção Vegetal. A lei moderniza e fortalece as normas de rastreabilidade, auditoria e segurança para produtos de origem vegetal.