Preço do arroz sobe 11,31% nos mercados entre abril e maio
Dados são da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) que monitorou as três faixas do pacote de 5kg
Repórter
Publicado em 3 de junho de 2024 às 09h18.
Última atualização em 3 de junho de 2024 às 09h31.
Os preços dos pacote de arroz de 5kg subiram 11,31% na faixa mais barata do produto, passando de R$22,90 para R$25,49 entre 25 de abril e 28 de maio. A informação é da Associação Brasileira de Supermercado (Abras), que fez o monitoramento.
Na faixa intermediária, avariação foi de 5,01% saindo de R$ 32,75 para R$ 34,39. O menor aumento ficou com a faixa de maior preço, com média de 1,08%, para o produto da categoria de maior preço quepassaram de R$ 46,45 para R$ 46,95.
No que se refere aos preços, de acordo com o Abrasmercado – indicador que acompanha a variação de
preços da cesta de 35 produtos de largo consumo – o arroz vinha registrando recuo nos meses de março e abril com a maior oferta do cereal no mercado interno devido ao período da colheita. Em março, o preço recuou - 0,90%, em abril a queda foi de -1,93%.
Leilão arroz importado
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, anunciou, nesta quarta-feira, que o arroz que será importado pela empresa, para evitar altas de preços e desabastecimento causados pelas cheias no Rio Grande do Sul , chegará às gôndolas dos supermercados até setembro deste ano. Pretto afirmou que o leilão será realizado às 9h do próximo dia 6 de junho.
Na noite da última terça-feira, o governo federal publicou uma portaria que autoriza a importação, pela Conab, de 300 mil toneladas de arroz. O ato dá o aval para que até R$ 1,7 bilhão seja direcionado para a compra do alimento.
A portaria estabelece que "o preço de venda final ao consumidor final será de R$ 4,00 por quilograma de arroz" e que a Conab "deverá estabelecer o limite máximo de venda por comprador e por consumidor”.
Mercosul
Recentemente, o governo federal suspendeu o leilão que a Conab iria fazer, devido a aumentos considerados excessivos pelos países do Mercosul. Por causa disso, o Imposto de Importação do produto foi zerado, para que as compras sejam feitas de fornecedores de dentro e fora do bloco.
— Temos uma grande procura por informações tanto no Mercosul, como de outros países — disxsee Pretto.
Embora o presidente da Conab não tenha citado nominalmente algum país, interlocutores do governo citam como exemplo nações asiáticas produtoras de arroz, como a Tailândia, como possível origem da compra. Edegar Pretto assegurou que o produto chegará ao Brasil com todas as certificações sanitárias exigidas.
— Estamos enfrentando a desinformação de que o produto chegará contaminado. Isso não é verdade. Os consumidores podem ficar tranquilos — disse.
— Quando começaram as chuvas, correu a notícia falsa de que faltaria arroz — lembrou o presidente da estatal.
Pretto justificou a colocação da logomarca do governo federal nas embalagens do produto. Argumentou que a operação da Conab será feita com dinheiro público e que, por isso, é preciso garantir a qualidade e evitar atravessadores, mesmo porque o preço será tabelado.
— Será uma compra excepcional e momentânea — frisou.
Atingido por enchentes em grande parte dos municípios, o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional. Boa parte da safra já havia sido colhida antes das chuvas, mas há perdas na estocagem e dificuldades para escoar o produto para o restante do país. A Conab estima que, por baixo, houve perdas em torno de 600 mil toneladas.