Exportação de café: mesmo com a taxação, os Estados Unidos continuam sendo o maior comprador do café brasileiro no acumulado do ano (janeiro a novembro), diz Cecafé (Gerado por IA/Freepik)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 06h05.
Para 2025, a produção brasileira de café está estimada em 56,5 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 4,3% em comparação com 2024, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Ainda que este ano tenha sido marcado pela bienalidade negativa, o número representa o terceiro maior volume registrado na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ficando atrás apenas de 2020 e 2018, ambos anos de bienalidade positiva da planta.
A bienalidade negativa ocorre quando a safra de um ano é significativamente baixa, com uma queda expressiva na produção em relação ao ano anterior, que foi de alta.
O fenômeno é causado pelo esgotamento da planta após carregar muitos frutos, estresses climáticos (como seca e calor) e manejo inadequado. A bienalidade negativa é um fenômeno de alternância, em que um ano de safra alta (positiva) é seguido por um ano de safra baixa (negativa).
Segundo a Conab, a produção do tipo conilon neste ano alcançou 20,8 milhões de sacas, crescimento de 42% ante à safra anterior, renovando o recorde de 2022.
A produção de arábica, por outro lado, caiu 9,7%, atingindo 35,76 milhões de sacas.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2025, o Brasil exportou 36,868 milhões de sacas de todos os tipos de café, uma queda de 21% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o Conselho Exportadores de Café (Cecafé).
Apesar da redução no volume exportado, a receita cambial registrou um crescimento de 25,3%, passando de US$ 11,377 bilhões para US$ 14,253 bilhões.
Embora o declínio nas exportações tenha sido parcialmente impulsionado pelo tarifaço dos Estados Unidos, o país manteve a liderança como principal importador do café brasileiro, com 5,042 milhões de sacas entre janeiro e novembro de 2025.
O montante representa uma queda de 32,2% em comparação ao mesmo período de 2024, e corresponde a 13,7% dos embarques totais de café no ano.
Além dos Estados Unidos, outros destinos importantes para o café brasileiro até novembro foram: a Alemanha, com 5,003 milhões de sacas, queda de 31% em relação ao ano passado; a Itália, com 2,912 milhões de sacas, recuo de 21,7%; o Japão, que registrou um aumento de 17,5%, importando 2,413 milhões de sacas; e a Bélgica, que teve uma queda significativa de 47,5%, com 2,146 milhões de sacas importadas.