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Com 1.179 estabelecimentos, agro concentra maior parte das cooperativas do país, mostra anuário

Faturamento das cooperativas do setor agropecuário recuou 1,60% em 2023

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 31 de julho de 2024 às 10h31.

Última atualização em 31 de julho de 2024 às 11h34.

O agronegócio brasileiro é o setor com o maior número de cooperativas no país, com 1.179 unidades, segundo o Anuário do Cooperativismo 2024, divulgado nesta quarta-feira, 31, pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

O documento revela que, até dezembro de 2023, o Brasil possuía 4.590 cooperativas. No total, 550.611 pessoas estão empregadas em cooperativas e 23,45 milhões de cooperados. O agro tem 257,1 mil empregados e mais de 1 milhão de cooperados.

De acordo com o anuário, o faturamento das cooperativas agropecuárias brasileiras recuou 1,60% em 2023, para R$ 423,1 bilhões, após dois anos consecutivos de crescimento significativo — a redução é atribuída à estabilização dos preços das principais commodities agrícolas e dos insumos.

"Com o enfraquecimento da pandemia e o retorno à normalidade, observamos um ajuste esperado em nosso mapeamento [...] percebemos que, apesar do pequeno gap em 2023 comparado a 2022, o faturamento das cooperativas permaneceu robusto. Esse desempenho sólido se destaca quando excluímos os efeitos extremos da pandemia, que elevaram os preços e introduziram outros fatores adicionais", afirma João Pietro, coordenador do ramo agropecuário do Sistema OCB.

LEIA MAIS: Cooperativas de crédito estão na rota do trilhão - e adentram o Brasil

Em 2021 e 2022, as receitas das cooperativas chegaram a R$ 358,4 bilhões e R$ 429,9 bilhões, respectivamente, impulsionadas por recordes de safra e cotações elevadas durante a pandemia.

Com isso, o lucro das cooperativas agropecuárias, conhecido como "sobras" no setor, caiu de R$ 22,5 bilhões em 2022 para R$ 20,4 bilhões em 2023.

Em 2024, a expectativa é de que as questões relacionados aos preços impactem as commodities agrícolas, como a soja, o que deve refletir nos resultados das cooperativas.

"Para as cooperativas, o impacto não se limita apenas à produção. Elas também desempenham um papel crucial na distribuição de insumos, no processamento, na agregação de valor e na logística, oferecendo serviços essenciais aos cooperados [...] esses aspectos certamente influenciarão nossas perspectivas para 2024, que ainda se mostra desafiador para as cooperativas e para o setor como um todo", avalia Pietro.

Minas Gerais lidera cooperativas agropecuárias

O estado de Minas Gerais lidera em número de cooperativas agropecuárias, com 186 unidades, enquanto a região Sudeste concentra a maioria delas, com 330. Já o Sul do país se destaca com o maior número de cooperados (558,5 mil) e de empregados (201,5 mil).

Segundo o documento, a maioria das cooperativas (684) opera na produção de grãos e outros produtos não industrializados de origem vegetal, o que representa 58% do total.

O ranking é seguido pelas cooperativas de insumos (510), produtos de origem animal não industrializados (395), serviços (387), produtos industrializados de origem vegetal (323), bens de fornecimento (275), produtos industrializados de origem animal (205) e escolas técnicas de produção rural (26).

O anuário também destaca a intercooperação entre diferentes segmentos do cooperativismo, com destaque para as transações entre cooperativas agropecuárias e de crédito.

No total, o cooperativismo brasileiro gerou R$ 692 bilhões em faturamento em 2023, o que representou um crescimento de 5,5% em relação aos R$ 655,8 bilhões de 2022.

O montante abrange setores como agropecuário, transportes, crédito, saúde, infraestrutura, trabalho, produção de bens e serviços e consumo as sobras distribuídas chegaram a R$ 38,9 bilhões.

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