EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Café na terra do chá leva a concorrência aquecida em mercado de cafeterias da China

No último ano, foram inauguradas 53 mil novas lojas

 (ABIC/Reprodução)

(ABIC/Reprodução)

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 11 de julho de 2023 às 17h42.

As cafeterias enfrentam uma concorrência acirrada na China, com a abertura de novas lojas e o lançamento de produtos. De acordo com dados da Canyan Data, empresa de pesquisa do setor de alimentos, o número de cafeterias na China atingiu 148.000, equivalente a 10,5 estabelecimentos para cada 100 mil pessoas. No último ano, foram inauguradas 53 mil novas lojas, o que representa um aumento líquido de 19.500.

O mercado de café na China apresenta um enorme potencial de crescimento. Segundo um relatório divulgado pela AliResearch, braço de pesquisa do Alibaba Group Holding, estima-se que o mercado ultrapasse 1 trilhão de CNY (138,5 bilhões de dólares) até 2025, em comparação com os 381,7 bilhões de CNY (53 bilhões de dólares) registrados em 2021.

A Starbucks China pretende ter 9.000 pontos de venda no país e aumentar sua equipe para mais de 90 mil funcionários até 2025, conforme afirmou recentemente Laxman Narasimhan, CEO global da rede americana, em entrevista ao Yicai Global.

A Luckin Coffee da China já possui mais de 10 mil lojas, em comparação com as 8.214 do final do ano passado, graças à introdução de franquias secundárias.

De acordo com o gerente de uma cafeteria local da Cotti Coffee, o custo de abrir uma loja franqueada em Pequim varia de 500.000 a 700.000 yuans (US$69.250 a US$ 96.950), valor superior ao de outras cidades. A Cotti Coffee, fundada pelo mesmo fundador da Luckin, abriu sua primeira cafeteria em outubro passado e já conta com 4 mil unidades.

À medida que o número de cafeterias aumenta, a proximidade entre elas também cresce. Por exemplo, a Starbucks e a Luckin abriram cada uma cafeteria no edifício-sede da marca chinesa Manner Coffee.

Segundo uma fonte do setor, anteriormente as grandes redes de café evitavam abrir lojas muito próximas umas das outras. No entanto, atualmente, todos, incluindo marcas internacionais, estão abrindo lojas independentemente da localização, buscando conquistar a maior fatia possível do mercado.

Além da abertura acelerada de estabelecimentos, as cadeias de café têm recorrido a promoções, incluindo cortes de preços e o lançamento de novos produtos, como latte de durian e café de abacate. A Starbucks, que inicialmente evitava competir diretamente com marcas emergentes, intensificou seus esforços para lançar novos produtos.

No entanto, muitas empresas de café não possuem equipes de pesquisa e desenvolvimento, dependendo, assim, de fornecedores e prestadores de serviços operacionais para criar novos produtos. Como esses terceiros visam promover suas próprias matérias-primas, muitas novas entradas no mercado não têm sido muito bem-sucedidas em termos de sabor do produto.

Guerra de Preços

As marcas emergentes de café têm adotado principalmente a estratégia de preços promocionais. Desde fevereiro, a Cotti reduziu o preço de todos os produtos para 9,90 yuans (1,37 dólares) por xícara e, em maio, esse valor foi reduzido ainda mais para 8,80 CNY. No último mês, a empresa ofereceu cafés a apenas 1 yuan para novos clientes.

Essa guerra de preços tem afetado seriamente a líder do setor, a Starbucks, conforme apontou Luo Xianliang, vice-presidente da empresa de consultoria Ries China. Por um lado, a Starbucks pode perder espaço nas cidades menores devido a preços mais altos do que os concorrentes, mas, por outro, pode comprometer sua posição de alto nível se os novos produtos forem de qualidade inferior.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Sina
Imagem principal: Fahmi Fakhrudin/ Unsplash

Acompanhe tudo sobre:ChinaCafé

Mais de EXAME Agro

'Devemos tratá-los como nos tratam', diz governador do MT após decisão do Carrefour

Depois do Carrefour, mais um grupo varejista francês anuncia boicote à carne do Mercosul

Safra recorde deve impulsionar crescimento de 7,6% no valor da produção agropecuária em 2024/2025

Economia forte e menos poluição: como os brasileiros veem lei que impulsiona biocombustíveis no país