Ao menos 28 províncias do planalto central, um terço da superfície total do país, permanecem alagadas (Paula Bronstein/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2011 às 10h05.
Bangcoc - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, fez neste sábado um chamado aos habitantes de Bangcoc para que se prepararem para as piores inundações da capital em 50 anos e que, infelizmente, a situação deve persistir por pelo menos um mês.
Várias áreas da periferia da metrópole continuam inundadas neste sábado, apesar dos esforços das autoridades para levantar diques e drenar a água de volta para o mar através de suas redes de canais.
O Governador de Bangcoc, Sukhumbhand Paribatra, deu neste sábado a ordem para remover imediatamente os moradores de 27 comunidades situadas fora das barreiras de proteção ao longo do rio Chao Phraya.
Ao meio-dia, a água alagou o estádio Tupatemee que a Aeronáutica tem no velho aeroporto internacional de Don Muang, ao norte da capital, e pouco depois, após superar um dos diques, o instituto tecnológico da Universidade de Thammasat tem no campus de Rangsit.
Em seu discurso semanal no programa de rádio, a primeira-ministra disse que levará entre quatro e seis semanas para as águas que cercam Bangcoc começarem a baixar.
Yingluck indicou que seu Governo tomou medidas para proteger das águas os locais mais importantes, como palácios, hospitais, escritórios do Governo, aeroportos e zonas econômicas.
Garantiu que as estradas permanecerão abertas ao trânsito e será mantido o abastecimento de energia elétrica e de água potável.
Yingluck pediu à população que não entre em pânico, mas que adote medidas de precaução, como elevar móveis e eletrodomésticos e outros pertences para locais altos diante da possibilidade da água inundar a cidade, na qual vivem 10 milhões de habitantes.
Nas últimas semanas muitos moradores de Bangcoc estão estocando água engarrafada pelo temor de que o sistema do serviço público seja contaminado pela água que desce a partir das províncias inundadas.
A maior parte dos supermercados da metrópole está há dias sem mercadorias por causa da ruptura de canais de distribuição e a avalanche de compradores atemorizados diante da eventual escassez de alimentos.
Em frente a inúmeros prédios públicos, casas e negócios do centro da cidade barreiras com sacos de areia foram erguidas. Em outras áreas da cidade os moradores construíram muros de tijolos de um metro de altura nas calçadas para proteger a entrada dos imóveis.
O departamento de mitigação e prevenção de desastres elevou neste sábado para 356 o número de mortos pelas inundações desde o início de julho, quando os primeiros rios transbordaram com a chegada das copiosas chuvas da monção.
Após as duras críticas pela gestão da crise, a primeira-ministra, no cargo desde agosto, pediu unidade aos organismos oficiais e à população na luta contra as inundações, e pediu aos cidadãos que ajudem uns aos outros.
Na sexta-feira, o Governo declarou estado de desastre depois que a água começou a alagar bairros residenciais a 15 quilômetros ao norte do coração da capital.
Ao menos 28 províncias do planalto central, um terço da superfície total do país, permanecem alagadas, assim como mais de 10% do total da superfície dedicada à agricultura.
Nestas províncias, Yingluck disse que foram abertos 1.743 centros para estão alojados atualmente 113.369 pessoas.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Plodprasop Suraswadi, admitiu em entrevista ao 'Bangcoc Post', que a crise foi provocada por causas naturais, mas também por erros de gestão.
O titular de comércio, Kittiratt Na-Ranong, manifestou confiança que dentro de 45 dias será possível restabelecer a normalidade em 50% das áreas industriais que estão embaixo d'água. EFE