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ONU não confirma ataque químico na Síria

A oposição e o regime do presidente Bashar al Assad se acusam mutuamente da autoria do ataque


	Logo da Organização das Nações Unidas (ONU): a ONU considerou que a ação seria um "crime horrendo".
 (REUTERS/ Joshua Lott)

Logo da Organização das Nações Unidas (ONU): a ONU considerou que a ação seria um "crime horrendo". (REUTERS/ Joshua Lott)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 14h57.

Nações Unidas - A ONU afirmou nesta terça-feira que não pode confirmar os relatórios que indicam a ocorrência de um ataque com armas químicas no norte da Síria, mas considerou que a ação seria um "crime horrendo".

A oposição e o regime do presidente Bashar al Assad se acusam mutuamente da autoria do ataque.

"O secretário-geral está a par dos relatórios sobre esse ataque em Alepo, mas as Nações Unidas não estão em posição de poder confirmá-los", afirmou hoje perante a imprensa o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

O funcionário lembrou que o secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, disse por "repetidas ocasiões" que o uso de armas químicas "por qualquer das partes" seria uma "grave" violação das leis internacionais humanitárias e uma "escandalosa escalada do sangrento conflito" no país.

Por sua vez, o governo dos Estados Unidos disse hoje que por enquanto não tem evidências de que os rebeldes sírios estejam usando armas químicas. "Neste momento não temos evidências que sustentem essas acusações", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

O regime de Assad e os rebeldes sírios se acusaram mutuamente hoje de terem lançado projéteis com substâncias químicas na província de Alepo, um ataque que teria causado a morte de pelo menos 25 pessoas, segundo a última contagem oficial.

Em declaração divulgada pela televisão estatal, o ministro da Informação, Omran al Zubi, acusou os governos da Turquia e do Catar pela "responsabilidade legal, ética, moral e humanitária deste crime perpetrado por terroristas".


Já os rebeldes asseguraram que o ataque foi cometido por forças leais ao regime, segundo um de seus dirigentes, Zaid Tlas, que assegurou à Agência Efe que os insurgentes não usariam armas químicas se algum dia tivessem acesso aos depósitos deste tipo de armamento.

Por meio de um comunicado, os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) explicaram que o bombardeio causou sintomas de asfixia e intoxicação em dezenas de civis na cidade de Khan al Asal, onde teria ocorrido o ataque.

Estas informações não puderam ser verificadas de forma independente pelas restrições impostas pelas autoridades sírias ao trabalho dos jornalistas em zonas como Alepo.

Em dezembro do ano passado, o governo sírio advertiu para um possível uso de armas químicas por parte dos "terroristas" e reafirmou que as autoridades não as empregarão sob nenhuma maneira no conflito.

No entanto, vários países ocidentais temem que o regime de Assad possa utilizar armamento químico em algum momento.

A onda de protestos que começou há dois anos na Síria deu lugar a uma sangrenta guerra civil, que já deixou mais de 70.000 mortos, segundo a ONU, um milhão de refugiados e um final difícil de se enxergar diante das fracassadas tentativas de mediação internacional. EFE

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