Dois agricultores brasileiros morrem na fronteira com Paraguai
Itamaraty acompanha o caso para definir se foram crimes comums ou relacionado ao fato dos mortos serem "brasiguaios", ou seja, donos de terras no Paraguai
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2012 às 14h54.
Brasília - Dois produtores rurais brasileiros foram assassinados nos últimos dias na região paraguaia que faz fronteira com o Brasil. Osni de Oliveira era operário de máquinas na fazenda arrendada pelo brasileiro Toninho Baggio e foi morto na última quinta-feira com um tiro na cabeça em Azotey, Concepción, próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul. Tadeu Fratzen foi assassinado com oito tiros na noite de sexta-feira ao sair de um bar na cidade de Santa Maria del Monday, próxima a Ciudad del Este, onde tinha terras.
O Itamaraty confirmou a primeira morte, mas no início desta tarde ainda não tinha sido comunicado do assassinato de Fratzen. O setor consular da embaixada em Assunção e o consulado em Ciudad del Este foram acionados e estão acompanhando as investigações, mas por enquanto não há contato entre os governos brasileiro e paraguaio.
O estranhamento causado pelo impeachment de Fernando Lugo e a subsequente suspensão do Paraguai do Mercosul congelou as relações entre os dois governos e não houve nenhum tipo de conversa entre as chancelarias dos dois países.
O Itamaraty, no entanto, informa que acompanha o caso para ver se os assassinatos são crimes comuns ou tem alguma relação com o fato dos mortos serem os chamados "brasiguaios", brasileiros donos ou trabalhadores de terras no Paraguai.
De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, o governo do País acusa o Exército do Povo Paraguaio (EPP) de ser responsável pelo primeiro caso, na morte de Osni de Oliveira. O grupo teria entrado na fazenda, prendido três trabalhadores e posto fogo em algumas máquinas agrícolas. Antes de irem embora, mataram Osni.
Já Fratzen foi abordado por dois homens em uma moto sem placas ao sair de um bar e ir em direção ao seu carro, segundo o jornal. Levou oito tiros e morreu na hora. A polícia paraguaia não tem pistas de quem são os homens, mas acredita ser um caso de execução, já que nada foi roubado.
A violência no campo no Paraguai vem aumentando nos últimos anos, especialmente depois das dificuldades encontradas por Fernando Lugo para fazer a reforma agrária que prometeu em sua campanha para presidente diante da enorme resistência dos donos de terras. A morte de 17 pessoas - 6 policiais e 11 agricultores sem-terra - há pouco mais de duas semanas na desocupação de uma fazenda invadida - piorou o quadro e serviu de argumento para a deposição de Lugo. O Congresso, tomado pelos partidos de oposição, acusou o presidente de não cumprir com suas obrigações e ser responsável pelas mortes.
Brasília - Dois produtores rurais brasileiros foram assassinados nos últimos dias na região paraguaia que faz fronteira com o Brasil. Osni de Oliveira era operário de máquinas na fazenda arrendada pelo brasileiro Toninho Baggio e foi morto na última quinta-feira com um tiro na cabeça em Azotey, Concepción, próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul. Tadeu Fratzen foi assassinado com oito tiros na noite de sexta-feira ao sair de um bar na cidade de Santa Maria del Monday, próxima a Ciudad del Este, onde tinha terras.
O Itamaraty confirmou a primeira morte, mas no início desta tarde ainda não tinha sido comunicado do assassinato de Fratzen. O setor consular da embaixada em Assunção e o consulado em Ciudad del Este foram acionados e estão acompanhando as investigações, mas por enquanto não há contato entre os governos brasileiro e paraguaio.
O estranhamento causado pelo impeachment de Fernando Lugo e a subsequente suspensão do Paraguai do Mercosul congelou as relações entre os dois governos e não houve nenhum tipo de conversa entre as chancelarias dos dois países.
O Itamaraty, no entanto, informa que acompanha o caso para ver se os assassinatos são crimes comuns ou tem alguma relação com o fato dos mortos serem os chamados "brasiguaios", brasileiros donos ou trabalhadores de terras no Paraguai.
De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, o governo do País acusa o Exército do Povo Paraguaio (EPP) de ser responsável pelo primeiro caso, na morte de Osni de Oliveira. O grupo teria entrado na fazenda, prendido três trabalhadores e posto fogo em algumas máquinas agrícolas. Antes de irem embora, mataram Osni.
Já Fratzen foi abordado por dois homens em uma moto sem placas ao sair de um bar e ir em direção ao seu carro, segundo o jornal. Levou oito tiros e morreu na hora. A polícia paraguaia não tem pistas de quem são os homens, mas acredita ser um caso de execução, já que nada foi roubado.
A violência no campo no Paraguai vem aumentando nos últimos anos, especialmente depois das dificuldades encontradas por Fernando Lugo para fazer a reforma agrária que prometeu em sua campanha para presidente diante da enorme resistência dos donos de terras. A morte de 17 pessoas - 6 policiais e 11 agricultores sem-terra - há pouco mais de duas semanas na desocupação de uma fazenda invadida - piorou o quadro e serviu de argumento para a deposição de Lugo. O Congresso, tomado pelos partidos de oposição, acusou o presidente de não cumprir com suas obrigações e ser responsável pelas mortes.