Apresentado por PIMCO

O auge da pandemia ficou para trás, avalia gestora de investimentos Pimco

Para o vice-presidente executivo da empresa no Brasil, Luis Oliveira, o novo cenário será marcado por um pico de inflação global no segundo semestre

Em termos globais, o pico da pandemia passou. O auge aconteceu em abril de 2021, e desde então o número de mortos e de pessoas contaminadas vem caindo de forma significativa.

Da mesma forma, o auge das políticas públicas sociais e de incentivo à economia em meio à crise também passou. Para os investidores, o cenário para o segundo semestre de 2021 e para o próximo ano precisa levar isso em consideração.

Essa é a avaliação de Luis Oliveira, vice-presidente executivo da Pimco no Brasil. Gestora de recursos fundada na Califórnia em 1971 e com 2,2 trilhões de dólares de ativos sob gestão, a empresa atua em 15 países e chegou ao Brasil há quase uma década.

Ela é conhecida pelo rigor de suas análises de mercado, consultadas por formadores de opinião do mundo inteiro (clique aqui para acessar o último relatório da Pimco, divulgado em junho deste ano).

“Vimos alguns bancos centrais parando de comprar ativos, e economias como a da China tirando um pouco o pé do acelerador de crédito, que é um motor de crescimento importante para a economia”, avalia Oliveira.

Na visão da Pimco, diz ele, as economias desenvolvidas devem crescer em torno de 6% neste ano, com uma dispersão muito grande em volta dessa média.

“Para o ano que vem projetamos que esse crescimento vai ser mais baixo, mas haverá uma convergência; os países vão crescer de forma semelhante”, explica.

No caso dos mercados emergentes, o crescimento médio deverá ficar, de acordo com as análises da Pimco, em torno de 3,5%, em razão do atraso na aplicação das vacinas. Já para 2022, deverá alcançar os 5%.

Previsões para a inflação

Com relação à inflação, em termos globais, a Pimco não enxerga o risco de uma espiral. Avalia que haverá, entre os países desenvolvidos, uma taxa média de 1,7%.

Os Estados Unidos, em especial, estão puxando a inflação para cima, em função de um mercado muito específico: os carros usados, cujos preços subiram em torno de 40% em 12 meses.

“As locadoras haviam vendido seus estoques e estão comprando novamente. Além disso, as pessoas que queriam evitar o transporte público, com maiores riscos de contágio, aqueceram este mercado. Mas é pouco provável que os automóveis usados cresçam mais 40% nos próximos 12 meses”, afirma Oliveira.

A Pimco prevê que, em países desenvolvidos, em 2021 a inflação média será de 3%, caindo para 1,5% no ano que vem. Para os Estados Unidos, 3,5%, caindo para 2,3% em 2022.

“Nossa visão é que o FED [o Banco Central americano] não deva subir os juros até o segundo semestre de 2023 sem descartar a possibilidade de começar um trimestre antes”, diz o vice-presidente executivo da empresa no Brasil.

Em quais setores devemos ficar de olho?

Com relação ao crédito, afirma Oliveira, a empresa avalia o cenário com cuidado. “Os spreads estão muito apertados, é uma situação assimétrica. Há chance de quedas grandes e de subidas reduzidas”.

Nesse cenário, a empresa tem focado em setores que devem se beneficiar com a reabertura da economia, como aeroportos, hotéis, cassinos, bares e restaurantes. “Gostamos também do setor imobiliário, especialmente os imóveis residenciais, e também do setor bancário”, relata Oliveira.

A Pimco projeta, diz ele, que o dólar tende a se enfraquecer em relação à cesta de moedas. “Temos focado em preservação de capital e gestão de liquidez. Vamos observar movimentos de volatilidade e de estresse no mercado e queremos estar preparados para tirar proveito”, finaliza.

 

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