Lula critica Netanyahu e destaca necessidade de fortalecer a ONU (ANGELA WEISS/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 25 de setembro de 2024 às 17h10.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmando que ele não cumpre as resoluções da ONU. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25), em Nova York, Lula condenou veementemente o comportamento do governo israelense, dizendo que a "maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio".
“Nós estamos numa situação, de um lado, cuidando do planeta, para melhorar a qualidade de vida, reduzir emissões de gases do efeito estufa, cuidar da água, e de outro, o ser humano se matando, sem nenhuma explicação”, disse Lula em coletiva na sede das Nações Unidas.
Lula argumentou que a conduta de Netanyahu é uma das razões que impulsionam o Brasil a defender o fortalecimento da ONU: “Netanyahu foi julgado pelo Tribunal Internacional, assim como Putin, e está condenado. Várias tentativas de paz e cessar-fogo foram aprovadas pela ONU, e ele simplesmente não cumpre”.
Lula destacou a importância de fortalecer a ONU como um órgão capaz de tomar decisões e garantir sua execução. O presidente estava acompanhado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Fiz questão de convidá-los porque é importante mostrar ao mundo que, no Brasil, conseguimos exercer a democracia em sua plenitude, mesmo diante de questões adversas”, ressaltou Lula. “Quem sabe vocês tenham que tomar iniciativa, Lira e Pacheco, para que possamos realizar reuniões de parlamentares de vários países no Brasil.”
Mais cedo, durante a abertura da reunião ministerial do G20, também em Nova York, Lula afirmou que o Brasil apresentará uma proposta de revisão da Carta da ONU, reforçando seu compromisso com a reforma da governança global.
Durante seu discurso na Assembleia Geral, Lula destacou temas prioritários da política externa brasileira, como o clima, a paz mundial e a reforma da governança global. Ele subiu o tom em relação às mudanças climáticas e criticou o bilionário Elon Musk, sem mencioná-lo diretamente, afirmando que "indivíduos, corporações e plataformas digitais não estão acima da lei". “A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras”, declarou Lula.
Com a Amazônia e outras regiões do país em chamas, Lula afirmou que não se exime de responsabilidade e deixou claro que o Brasil não solicitará ajuda internacional para combater os incêndios, em uma demonstração de soberania sobre a Floresta Amazônica.