Com atraso, Zoom lança criptografia de ponta a ponta no aplicativo
Recurso era um dos mais aguardados e garante mais segurança às chamadas de vídeo feitas na plataforma
Rodrigo Loureiro
Publicado em 27 de outubro de 2020 às 11h24.
Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 11h26.
Quase quatro meses após anunciar que iria aumentar a segurança do seu aplicativo de conversas de vídeo, a Zoom Video Communications finalmente está incorporando a criptografia de ponta a ponta em sua plataforma. A profissão mais valorizada na pandemia? Vire um “dev” com o curso de data science e Python da EXAME .
Na prática, o recurso adiciona uma camada extra de privacidade às conversas pelo app, que passam a ser criptografadas quando deixam o emissor da mensagem e só são decodificadas quando chegam ao receptor. Desta forma, mesmo que a troca de informações seja interceptada, a mensagem ainda estará protegida por uma camada de criptografia.
Alguns rivais da Zoom no mercado de aplicativos de mensagens já fazem uso deste recurso, em especial o WhatsApp e o Telegram. Já o Google Meet, por sua vez, não oferta a criptografia de ponta a ponta para seus usuários, conforme reportado pela empresa de segurança digital AVG.
O Zoom foi duramente criticado após declarações de que a criptografia de ponta a ponta não seria oferecida para usuários gratuitos do aplicativo (e que contam com funções limitadas). Na época, Eric Yuan, CEO da empresa, afirmou que a medida visava permitir que a companhia trabalhasse em conjunto com órgãos de segurança, como o FBI.
O que muda
Por ora, apenas alguns usuários selecionados pela empresa vão podem ativar a funcionalidade. A tendência é de que o recurso de criptografia E2EEE seja implementado para toda a base de usuários da plataforma nos próximos meses. Por enquanto as chamadas continuam protegidas por um padrão de criptografia inferior, o AES de 256-bit.
Aumentar a segurança do aplicativo não é uma tarefa fácil. Tanto que alguns sacríficos terão que ser feitos. As chamadas criptografadas ponta a ponta não permitem que a criação de votações, gravações de chamadas em servidores online (na nuvem) e nem o convite para que outras pessoas atendam chamadas antes do organizador.
O Zoom foi uma das empresas que mais cresceu durante a pandemia do novo coronavírus. As ações da empresa já subiram 660% desde o começo do ano, o que fez a companhia atingir valor de mercado de 147 bilhões de dólares. Em abril deste ano, a companhia informou ter 300 milhões de usuários diários na plataforma.