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Zach Sim, da Codecademy: a revolução da programação

Carol Oliveira Programar para não ser programado: num mundo em que tudo é eletrônico, a habilidade de escrever linhas de código é vista como a nova necessidade do século 21. Por isso, já existem centenas de cursos on-line e e off-line prontos para ensinar pessoas “comuns” a escreverem na linguagem das máquinas. Um dos precursores […]

Zach Sims, da Codecademy: “a programação é uma das principais habilidades que alguém precisa para viver no século 21” / divulgação
DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 13h13.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h26.

Carol Oliveira

Programar para não ser programado: num mundo em que tudo é eletrônico, a habilidade de escrever linhas de código é vista como a nova necessidade do século 21. Por isso, já existem centenas de cursos on-line e e off-line prontos para ensinar pessoas “comuns” a escreverem na linguagem das máquinas. Um dos precursores desse ramo de ensino foi a startup americana Codecademy, fundada em agosto de 2011 por dois jovens estudantes da Universidade Columbia, em Nova York. À época com 21 anos, Zach Sims e Ryan Rubinski viram seu projeto receber 12,5 milhões de dólares em investimentos somente nos primeiros meses.

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Após cinco anos de vida, o Codecademy já recebeu um total de 45 milhões de dólares e fechou parcerias com a Casa Branca e o Twitter. Os mais de 25 milhões de usuários podem acessar lições são gratuitas, que funcionam como uma espécie de jogo interativo. Em 2012, até mesmo o então prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou que aprender a programar era uma de suas resoluções naquele ano — e que usaria o Codecademy para isso.

Para Zach Sims, o objetivo é justamente desmistificar a ideia de que programação é uma técnica difícil de ser aprendida. Em entrevista a EXAME Hoje, o co-fundador fala sobre a trajetória da empresa e a importância de saber programar.

Como surgiu a ideia de criar o Codecademy?
Tudo começou há cinco anos, em 2011, quando eu e Ryan éramos alunos em Columbia. Eu tentei começar a aprender a programar eu mesmo, enquanto o Ryan já sabia algumas coisas e ensinava pessoas no campus. Nós percebemos um vácuo entre o que aprendíamos na escola e o que era exigido pelo mercado de trabalho. Então, começamos a pensar se havia algum jeito de ajudar as pessoas a acessar educação de qualidade, e, se possível, melhores empregos e melhores salários. Essa foi a ideia precursora, e a primeira versão ficou pronta em três semanas.

Nos últimos anos, vêm surgindo um grande número dos chamados “bootcamps”, escolas para aprender a programar. Qual a diferença entre o Codecademy e essas escolas?
O princípio é o mesmo, mas no Codecademy, tentamos oferecer o máximo possível de aprendizado de um jeito fácil, de forma que qualquer um no mundo possa aprender, mesmo que não tenha acesso a uma escola de programação ou dinheiro para isso. Além das lições gratuitas, lançamos no fim do ano passado uma versão Pro, que custa 20 dólares por mês e por meio da qual o usuário tem ajuda para aprender e um processo de aprendizado baseado em suas necessidades.

Esses 20 dólares são a principal fonte de renda do Codecademy? Como vocês pretendem se sustentar no futuro?
Sim, essa é a principal fonte de renda e esperamos ter usuários suficientes para viver disso. Hoje, já temos dezenas de milhares de usuários que pagam pela versão Pro. Também estamos fechando várias parcerias com empresas que queiram fornecer bolsas a seus funcionários para estudarem com a gente. Estamos sempre conversando com os usuários e recebendo feedback deles para tornar o site o melhor possível.

Quais foram as maiores dificuldades no processo?
Recebemos muitos “nãos” no início. Quando começamos, as pessoas diziam que esse não era um mercado a ser explorado, que era preciso ser um expert para programar e que nunca conseguiríamos fazer um produto que tornasse programação fácil.

A facilidade de acessar o Codecademy pode ajudar a democratizar o mercado de tecnologia, que, hoje, ainda é basicamente composto de homens brancos?
Com certeza, e essa é uma das coisas nas quais focamos: tornar o mais fácil possível para todo mundo começar, e não apenas as pessoas que já estão habituadas com tecnologia ou que tradicionalmente dominam esse setor. O mercado para o que estamos fazendo não são programadores, mas pessoas comuns — não importa se é alguém que está no Ensino Fundamental, no Ensino Médio, se é alguém que já não estuda há algum tempo, se é homem, mulher ou se está fora dos Estados Unidos. Nosso público é bastante diverso, e queremos que ele seja.

Ora ou outra surge alguma técnica ou setor que é considerada a próxima habilidade essencial para o futuro – com a robótica já foi assim, por exemplo. Por que a programação não é só uma onda que vai passar?
A programação é uma das principais habilidades que alguém precisa para viver no século 21. É diferente de uma mera onda porque, se olharmos para coisas que serão essenciais no futuro — como big data —, veremos que elas dependem inteiramente de programação. Não importa para onde você olhe: setores como agricultura, indústria, mercado financeiro, tudo precisa de programação e de tecnologia para ajudar a maximizar seus resultados.

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