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WhatsApp, Facebook e Twitter prometerão ao TSE combater fake news

Empresas de tecnologia oficializarão em cerimônia nesta terça-feira sua entrada no Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral

Whatsapp (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

Whatsapp (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 06h04.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 06h30.

Qual o papel das grandes empresas de tecnologia para combater a disseminação de notícias falsas? Parte dessa questão pode começar a ser respondida no Brasil nesta terça-feira 22, quando as gigantes americanas Facebook, Google e Twitter participam de uma cerimônia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para entrar oficialmente no que foi batizado de Programa de Enfrentamento à Desinformação.

O TSE criou o programa em agosto, visando se preparar para as eleições municipais de 2020. Mais de 30 entidades já estão participando, incluindo alguns partidos políticos e associações de imprensa. O objetivo é somar esforços para desestimular a proliferação de fake news e melhor identificar quando sua disseminação esteja acontecendo, além de capacitar as pessoas a checar informações.

Uma das participações mais esperadas no projeto será a do Facebook, que também é dono do WhatsApp. O aplicativo de mensagens foi um dos principais temas da eleição presidencial do ano passado ao ser usado para espalhar notícias falsas. Disparos antipetistas em massa patrocinados por empresários são até hoje investigados pelo TSE — na segunda-feira, uma matéria do Vortex Media apontou que o presidente Jair Bolsonaro não incluiu gastos com WhatsApp em sua prestação de contas, outro fato que o TSE pode vir a investigar.

Em uma pesquisa que ficou famosa durante a eleição, um grupo da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Agência Lupa, analisou mais de 300 grupos de WhatsApp sobre política e constatou que 56% das imagens compartilhadas eram falsas ou enganosas. Na ocasião, os pesquisadores publicaram um artigo no jornal The New York Times com o título “As fake news estão envenenando a política brasileira. O WhatsApp pode parar isso”. Outra pesquisa, do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, identificou grupos de família como grande vetor de fake news.

De lá para cá, o Facebook passou a apoiar o projeto Comprova, com checagem de informações e, em alguns países, implementou uma aba somente com notícias. O WhatsApp, que admitiu neste ano que de fato houve disparos em massa nas eleições de 2018, limitou o compartilhamento de mensagens para no máximo cinco pessoas ou grupos.

Mas muitos argumentam que as empresas deveriam fazer mais. O difícil saber até onde os conglomerados aceitarão ir. O projeto do TSE chega à pauta dias depois de o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, proferir na semana passada um discurso histórico afirmando que, embora tenha havido ataques de fake news comprovados de Irã, Rússia e China, segundo o executivo, suas redes sempre defenderão a “liberdade de expressão” — de modo que ele não irá retirar conteúdo político do ar, mesmo se comprovadamente falso. No fim, há uma grande possibilidade de que qualquer medida tomada pelas big tech para 2020 seja apenas paliativa e, sozinho, não evite o estrago que as fake news podem causar.

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