WhatsApp bloqueia 2 milhões de usuários em um mês na Índia
O acesso da maioria desses internautas foi cortado por abuso de mensagens de spam
André Lopes
Publicado em 16 de julho de 2021 às 13h21.
Última atualização em 16 de julho de 2021 às 13h31.
O WhatsApp bloqueou mais de dois milhões de usuários na Índia em apenas um mês por violarem suas regras, revelou a empresa americana em seu primeiro relatório após a polêmica nova legislação sobre redes sociais no país asiático.
O acesso da maioria desses internautas foi cortado por abuso de mensagens de spam. A empresa, propriedade do Facebook, impôs um limite às trocas de mensagens, em uma tentativa de combater as notícias falsas.
A Índia adotou em maio uma nova legislação para regulamentar as empresas de redes sociais, obrigando-as a informar todo mês suas ações, para vigiar suas plataformas.
"Mantemos capacidades avançadas para identificar essas contas que enviam um alto ou anormal número de mensagens e proibimos dois milhões de contas só na Índia, de 15 de maio a 15 de junho, para impedir este tipo de abuso", afirmou o WhatsApp em seu relatório publicado na quinta-feira.
A empresa americana afirmou que seu principal objetivo é "prevenir a propagação de mensagens prejudiciais e indesejáveis".
Dezenas de pessoas foram assediadas em 2018 na Índia após divulgação de rumores pelo WhatsApp por grupos criminosos que roubam crianças.
Os incidentes levaram o aplicativo de mensagens a introduzir um limite de reenvios em massa no país.
O WhatsApp e alguns veículos de comunicação indianos denunciaram a nova legislação sobre redes sociais aos tribunais.
Os críticos afirmam que o governo está tentando reduzir a dissidência, enquanto as autoridades afirmam que a regulamentação pretende que as redes sociais sejam mais seguras.
Segundo a legislação, as plataformas de redes sociais têm que compartilhar detalhes do primeiro autor do tuíte ou mensagem maliciosa ao considerarem que pode arruinar a soberania, a segurança ou a ordem pública da Índia.
No entanto, o WhatsApp afirmou que a regulamentação viola as leis de privacidade da Índia.