Vivo prevê mudança na 'dinâmica' de fidelização
Ribeirão Preto, SP - A decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de obrigar a gratuidade do desbloqueio de celulares para que o consumidor escolha a operadora que desejar deve impactar os atuais e futuros clientes da Vivo, maior operadora de telefonia celular do País. Esses consumidores podem perder os subsídios oferecidos pela companhia em […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Ribeirão Preto, SP - A decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de obrigar a gratuidade do desbloqueio de celulares para que o consumidor escolha a operadora que desejar deve impactar os atuais e futuros clientes da Vivo, maior operadora de telefonia celular do País. Esses consumidores podem perder os subsídios oferecidos pela companhia em aparelhos em troca da fidelização.
"Todos os contratos de fidelidade que existiram no passado foram por conta de algum benefício concedido ao consumidor e é óbvio que se você dá algum subsídio, terá algum contrato de fidelização. Provavelmente essa dinâmica vai ser um pouco alterada daqui para a frente", admitiu Antônio Carlos Valente, presidente do Grupo Telefônica no Brasil, empresa que divide com a Portugal Telecom o controle da Vivo.
Valente, que passa o dia de hoje em Ribeirão Preto (SP) em reuniões e encontros com funcionários, políticos e grandes clientes, procurou minimizar a pressão da companhia sobre a Anatel em relação ao assunto. Ele afirmou que "a decisão que vier em benefício do consumidor e não gerar perturbação quanto ao equilíbrio econômico e financeiro das empresas é sempre bem-vinda".
O executivo citou a força da marca Vivo e a parceria com a Portugal Telecom como fatores complicadores para que a companhia possa unificar a marca Telefônica no País entre as operações de telecomunicações. "No caso do Brasil, a marca Vivo é muito forte, por isso, essa possibilidade de unificação será à frente no tempo do que os outros países", afirmou. "Além disso, a Vivo é uma empresa também do grupo Portugal Telecom e nesse caso temos a questão de caráter societário", completou Valente.
O executivo cobrou ainda do governo um tratamento igual entre uma possível empresa pública e as privadas na implantação do Plano Nacional de Banda Larga. "Se a empresa estatal vier a oferecer serviços ao consumidor final, se tiver as mesmas características em termos de competitividade que as outras empresas, é uma a mais; se isso não ocorrer, você acaba criando distorções competitivas", alertou Valente.
O presidente do Grupo Telefônica citou questões tributárias, como isenções de impostos, para exemplificar possíveis benefícios a uma nova empresa que ofereça o serviço de banda larga. "Se uma empresa estatal não tiver a mesma carga de impostos que a privada, isso criará uma assimetria muito grande, irreal e artificial", explicou Valente. Ainda de acordo com ele, a forma de viabilizar a nacionalização da banda larga "provavelmente não é ter uma empresa pública, não é ter uma empresa privada, mas uma conjunção de esforços que acabe contribuindo para que o objetivo maior seja alcançado", concluiu.