Risco: o focinho no formato de uma serra facilmente se prende a muitos tipos de redes de pesca (SFU Public Affairs and Media Relations/ CC / flickr.com/fupamr)
Vanessa Barbosa
Publicado em 6 de junho de 2014 às 17h08.
São Paulo - Apesar de ser considerada uma espécie criticamente ameaçada de extinção, cujo comércio internacional é proibido, o peixe-serra pode desaparecer do mundo.
Seus algozes estão por todos os lados. A mortalidade por pesca, tanto direcionada quanto acidental, é a principal ameaça.
O imenso focinho no formato de uma serra - que ele usa para detectar e ferir suas presas - facilmente se prende em muitos tipos de redes de pesca, incluindo nas de outros animais.
Ele também é vitima do seu visual incomum: o focinho longo e dentado é vendido como artefato decorativo, o que também ameaça sua sobrevivência.
Além disso, suas barbatanas são consumidas como uma iguaria, muito apreciada na China, a exemplo da sopa de barbatana de tubarão, enquanto o óleo de fígado é usado em medicamentos.
Outrora encontrado nas águas costeiras e rios de mais de 90 países tropicais e subtropicais, hoje, o peixe-serra já está extinto em 21 deles.
Todas as cinco espécies são classificadas como "ameaçadas" ou "criticamente ameaçadas" de extinção na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Na tentativa de promover sua recuperação, a entidade lançou, neste semana, uma estratégia global para incluir o peixe-serra na lista da Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS ou Convenção de Bonn).
O acordo intergovernamental, coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), busca a conservação da vida selvagem e de seus habitats em escala global. A Convenção, que neste ano ocorre em novembro, poderia aumentar significativamente a proteção da espécie.
Embora estejam perigosamente perto da extinção, existem algumas maneiras bastante simples de ajudar na recuperação.
Segundo a IUCN, o peixe-serra pode sobreviver à captura acidental se manuseado corretamente e, portanto, a educação básica das relações comerciais, de subsistência e dos pescadores é fundamental para a estratégia de conservação.