Ao todo, 352,4 milhões de computadores pessoais terão sido vendidos até o fim do ano, conforme a previsão da consultoria (Michael Loccisano/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 16h48.
São Paulo - O ano de 2010 deve fechar com vendas de 352,4 milhões de computadores pessoais em todo o mundo. O resultado representa um aumento de 14,3% em relação a 2009, de acordo com recente estudo do Gartner.
Essa projeção, segundo a consultoria, fica abaixo dos estudos realizados em setembro, que apontavam para um crescimento de 17,9%. Segundo a análise, os embarques mundiais de PCs em 2011 devem chegar a 409 milhões de unidades, um aumento de 15,9% em relação a 2010, mas abaixo da previsão anterior do Gartner, de um crescimento de 18,15%, em 2011.
“Esses resultados refletem as esperadas reduções no crescimento de unidades de PCs, a curto prazo, com base nas expectativas de uma demanda mais fraca, em grande parte, em consequência do aumento de interesse dos usuários pelos tablets, como o iPad”, afirma Ranjit Atwal, diretor de Pesquisas do Gartner. O analista acrescenta que, a longo prazo, espera-se que os media tablets substituam cerca de 10% das unidades de PCs até 2014.
Embora o Gartner não tenha considerado as dinâmicas atuais no mercado de PCs como um ponto de inflexão, os analistas admitem que forças antagônicas poderão enfraquecer o desenvolvimento do mercado de PCs no mundo.
“O crescimento do mercado de PCs será impactado por dispositivos que permitam um melhor consumo de conteúdo móvel, como os media tablets e a próxima geração de smartphones”, explica o analista de Pesquisas do Gartner, Raphael Vasquez.
Para ele, no entanto, ainda que haja aumento da demanda por tablets – e isso efetivamente ocorrerá –, esse processo não se dará por meio da substituição dos PCs, mas por serem equipamentos complementares ao consumo de voz e de dados leves.
“É provável que este tipo de dispositivo sofra um impacto adverso a longo prazo, em virtude da adoção de desktops virtuais e hospedeiros (sistemas Thin Clients), que podem utilizar rapidamente outros dispositivos leves”.
“Os PCs ainda são vistos como essenciais, mas a incapacidade da indústria deste segmento de inovação e sua grande dependência por um modelo de negócio baseado no aumento do volume e redução de preços estão impactando a capacidade da indústria de induzir novos ciclos de substituição”, diz o diretor de Pesquisas do Gartner, George Shiffler.
Para o executivo, à medida que este mercado declina, os fornecedores que se diferenciam por meio de serviços e inovação tecnológica terão como base volume e preço das unidades, e consequentemente, ditarão o futuro. Dessa forma, os principais fornecedores enfrentarão o desafio de manter os PCs no centro das atenções diante de dispositivos mais inovadores e que ofereçam melhores capacidades computacionais dedicadas.
A curto prazo, muitos consumidores e empresas continuarão a não comprar PCs, por estarem reorganizando suas finanças em função de um crescimento mais lento das receitas, menores ganhos e um panorama econômico incerto. E, a longo prazo, os usuários deverão diminuir as substituições de desktops e optar pela utilização de outros dispositivos como sua plataforma de computação primária.