Vale a pena ser um desenvolvedor para BlackBerry?

São Paulo - Criar aplicativos para BlackBerry pode ser uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Embora a fabricante Research In Motion (RIM) viva um período de crise e sua loja virtual de apps possua 10% do tamanho da App Store e Google Play, a plataforma BlackBerry domina um segmento importante do mercado, os smartphones usados nas empresas.

Além disso, em comparação com o desenvolvimento para iOS e Android, há menos concorrentes no mercado e maior colaboração da RIM com quem desenvolve para sua plataforma, como a inexistência de taxas de divulgação de apps em sua loja e kits de desenvolvimento simples e fáceis de aprender.

Segundo Pedro Macedo, sócio e diretor de desenvolvimento da empresa de software Fingertips.Mobi, a RIM deve viver um boom de novos apps para sua plataforma nos próximos meses, em função da estreia do novo sistema operacional BlackBerry 10. “Durante o anúncio do novo OS para BlackBerry, ficou claro que a RIM apoiará fortemente o desenvolvimento de aplicativos para sua loja, a fim de turbinar os smartphones e tablets da marca”, afirma.

Este esforço da RIM se converterá em incentivo para diversos parceiros na indústria de software criarem versões de suas aplicações para BlackBerry. Parcerias e acordos comerciais devem aquecer o mercado para apps para BlackBerry, turbinando a carreira (e os negócios) de quem dominar esta tecnologia.

Fabricantes de smartphones, muitas vezes, financiam o desenvolvimento de apps para parceiros na indústria, a fim de dar musculatura às suas lojas. No caso da RIM, no entanto, há certa insegurança sobre até que ponto a companhia canadense terá fôlego para investir em apps.

Após amargar um prejuízo de 125 milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano, a RIM anunciou um corte em seus custos de operação de 1 bilhão de dólares. Este corte duro pode permitir que, até o final do ano, sobrem recursos para financiar o desenvolvimento de apps para sua loja, mantendo vivo este mercado e gerando oportunidades para quem estudar o SDK (kit de desenvolvimento) da RIM.

Requisitos

Os interessados em trabalhar com o sistema BlackBerry 10 não precisam comprar um equipamento específico. Na Apple, por exemplo, o profissional deve usar computadores com o sistema operacional OS X e o mais barato custa 1.800 reais. O sistema da RIM, por sua vez, pode ser emulado em diferentes sistemas operacionais ou computadores.

Além disso, a RIM interrompeu a cobrança da taxa de 200 dólares pelo registro que liberava o envio de até 10 aplicativos para a loja virtual da empresa e, como a loja é bem menor que a App Store, por exemplo, é mais fácil ganhar destaque nas listas de aplicativos.

Segundo a RIM, a loja virtual BlackBerry App World conta hoje com 89 mil apps e 56 milhões de usuários ativos. Macedo diz que esta é uma das vantagens em criar aplicações para este sistema operacional. “Há pouca concorrência. Já na App Store e na Google Play há cerca de 700 mil apps em cada uma das lojas. Esta quantidade de aplicações torna difícil a divulgação e a possibilidade de ganhar destaque”, comenta.

Como iniciar a carreira

Macedo afirma que outro motivo para começar a desenvolver apps para BlackBerry é a facilidade em atuar com o kit de desenvolvimento. “A desvantagem antes do BlackBerry 10 era a dificuldade de programação. As ferramentas de desenvolvimento, o suporte fornecido pela empresa e o próprio sistema operacional antigo eram entraves que afastavam os profissionais da plataforma”, diz. Agora, no entanto, esse cenário mudou, com a estreia de um sistema mais simples e amigável para o desenvolvedor.

A BlackBerry App World repassa 70% da quantia paga pelos clientes aos desenvolvedores. Esta porcentagem é a mesma das principais concorrentes App Store e Google Play. Além disso, a loja virtual da RIM possui integração com as contas de assinantes dos planos pós-pagos. Ou seja, o usuário pode comprar um app e pagar a conta junto com a fatura de seu telefone.

Este método de cobrança dispensa a necessidade de usar o cartão de crédito, o que amplia o número de consumidores que não usam este método de pagamento. Segundo Macedo, a quantidade de downloads aumentou bastante em países em permitem este recurso, embora ainda não exista previsão para liberar esta opção no Brasil.

Outra vantagem de criar apps para BlackBerry é a facilidade em conseguir um emprego em empresas de desenvolvimento de software sem o colaborador possuir diplomas ou certificações. Muitas pessoas são autodidatas e estudam o conteúdo divulgado em sites especializados.

Macedo afirma que trabalha com profissionais de todos os níveis e há muitos bons programadores que não são formados em uma carreira como ciência da computação.

“Quem estuda em uma universidade terá vantagens como entender melhor a engenharia de software, algoritmos, lógica, banco de dados e inteligência artificial. Mas, em tese, estas são habilidades ao alcance de todos”, diz.

Quem atua com o desenvolvimento de aplicações para outros sistemas operacionais pode tentar importar as aplicações para o BlackBerry e PlayBook (tablet da RIM). “Alguns aplicativos são desenvolvidos com base nas tecnologias web como HTML5 e JavaScript. Nestes casos, é possível portar mais facilmente para a plataforma da RIM”, comenta Macedo.

Além de cursos profissionalizantes, o diretor recomenda estudar os tutoriais grátis e outros conteúdos educacionais fornecidos pela própria fabricante como documentações, kits de desenvolvimento, fóruns e suporte técnico aos programadores.

“É a melhor fonte de pesquisa. As páginas do site oficial foram totalmente reformuladas neste ano e a navegação ficou bem mais amigável”, comenta.

Como se vê, estudar para desenvolver para BlackBerry é uma decisão que envolve algum risco, uma vez que a plataforma da RIM pode simplesmente continuar perdendo mercado e tornar-se irrelevante.

Por outro lado, ainda há muito mercado disponível para esta tecnologia e, quem dominá-la, pode conseguir bons contratos e projetos ao longo dos próximos anos. Com sorte, a RIM pode manter um naco importante do mercado mobile e, neste caso, o profissional qualificado, terá pouca competição e muitas oportunidades no setor.

São Paulo - Criar aplicativos para BlackBerry pode ser uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Embora a fabricante Research In Motion (RIM) viva um período de crise e sua loja virtual de apps possua 10% do tamanho da App Store e Google Play, a plataforma BlackBerry domina um segmento importante do mercado, os smartphones usados nas empresas.

Além disso, em comparação com o desenvolvimento para iOS e Android, há menos concorrentes no mercado e maior colaboração da RIM com quem desenvolve para sua plataforma, como a inexistência de taxas de divulgação de apps em sua loja e kits de desenvolvimento simples e fáceis de aprender.

Segundo Pedro Macedo, sócio e diretor de desenvolvimento da empresa de software Fingertips.Mobi, a RIM deve viver um boom de novos apps para sua plataforma nos próximos meses, em função da estreia do novo sistema operacional BlackBerry 10. “Durante o anúncio do novo OS para BlackBerry, ficou claro que a RIM apoiará fortemente o desenvolvimento de aplicativos para sua loja, a fim de turbinar os smartphones e tablets da marca”, afirma.

Este esforço da RIM se converterá em incentivo para diversos parceiros na indústria de software criarem versões de suas aplicações para BlackBerry. Parcerias e acordos comerciais devem aquecer o mercado para apps para BlackBerry, turbinando a carreira (e os negócios) de quem dominar esta tecnologia.

Fabricantes de smartphones, muitas vezes, financiam o desenvolvimento de apps para parceiros na indústria, a fim de dar musculatura às suas lojas. No caso da RIM, no entanto, há certa insegurança sobre até que ponto a companhia canadense terá fôlego para investir em apps.

Após amargar um prejuízo de 125 milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano, a RIM anunciou um corte em seus custos de operação de 1 bilhão de dólares. Este corte duro pode permitir que, até o final do ano, sobrem recursos para financiar o desenvolvimento de apps para sua loja, mantendo vivo este mercado e gerando oportunidades para quem estudar o SDK (kit de desenvolvimento) da RIM.

Requisitos

Os interessados em trabalhar com o sistema BlackBerry 10 não precisam comprar um equipamento específico. Na Apple, por exemplo, o profissional deve usar computadores com o sistema operacional OS X e o mais barato custa 1.800 reais. O sistema da RIM, por sua vez, pode ser emulado em diferentes sistemas operacionais ou computadores.

Além disso, a RIM interrompeu a cobrança da taxa de 200 dólares pelo registro que liberava o envio de até 10 aplicativos para a loja virtual da empresa e, como a loja é bem menor que a App Store, por exemplo, é mais fácil ganhar destaque nas listas de aplicativos.

Segundo a RIM, a loja virtual BlackBerry App World conta hoje com 89 mil apps e 56 milhões de usuários ativos. Macedo diz que esta é uma das vantagens em criar aplicações para este sistema operacional. “Há pouca concorrência. Já na App Store e na Google Play há cerca de 700 mil apps em cada uma das lojas. Esta quantidade de aplicações torna difícil a divulgação e a possibilidade de ganhar destaque”, comenta.

Como iniciar a carreira

Macedo afirma que outro motivo para começar a desenvolver apps para BlackBerry é a facilidade em atuar com o kit de desenvolvimento. “A desvantagem antes do BlackBerry 10 era a dificuldade de programação. As ferramentas de desenvolvimento, o suporte fornecido pela empresa e o próprio sistema operacional antigo eram entraves que afastavam os profissionais da plataforma”, diz. Agora, no entanto, esse cenário mudou, com a estreia de um sistema mais simples e amigável para o desenvolvedor.

A BlackBerry App World repassa 70% da quantia paga pelos clientes aos desenvolvedores. Esta porcentagem é a mesma das principais concorrentes App Store e Google Play. Além disso, a loja virtual da RIM possui integração com as contas de assinantes dos planos pós-pagos. Ou seja, o usuário pode comprar um app e pagar a conta junto com a fatura de seu telefone.

Este método de cobrança dispensa a necessidade de usar o cartão de crédito, o que amplia o número de consumidores que não usam este método de pagamento. Segundo Macedo, a quantidade de downloads aumentou bastante em países em permitem este recurso, embora ainda não exista previsão para liberar esta opção no Brasil.

Outra vantagem de criar apps para BlackBerry é a facilidade em conseguir um emprego em empresas de desenvolvimento de software sem o colaborador possuir diplomas ou certificações. Muitas pessoas são autodidatas e estudam o conteúdo divulgado em sites especializados.

Macedo afirma que trabalha com profissionais de todos os níveis e há muitos bons programadores que não são formados em uma carreira como ciência da computação.

“Quem estuda em uma universidade terá vantagens como entender melhor a engenharia de software, algoritmos, lógica, banco de dados e inteligência artificial. Mas, em tese, estas são habilidades ao alcance de todos”, diz.

Quem atua com o desenvolvimento de aplicações para outros sistemas operacionais pode tentar importar as aplicações para o BlackBerry e PlayBook (tablet da RIM). “Alguns aplicativos são desenvolvidos com base nas tecnologias web como HTML5 e JavaScript. Nestes casos, é possível portar mais facilmente para a plataforma da RIM”, comenta Macedo.

Além de cursos profissionalizantes, o diretor recomenda estudar os tutoriais grátis e outros conteúdos educacionais fornecidos pela própria fabricante como documentações, kits de desenvolvimento, fóruns e suporte técnico aos programadores.

“É a melhor fonte de pesquisa. As páginas do site oficial foram totalmente reformuladas neste ano e a navegação ficou bem mais amigável”, comenta.

Como se vê, estudar para desenvolver para BlackBerry é uma decisão que envolve algum risco, uma vez que a plataforma da RIM pode simplesmente continuar perdendo mercado e tornar-se irrelevante.

Por outro lado, ainda há muito mercado disponível para esta tecnologia e, quem dominá-la, pode conseguir bons contratos e projetos ao longo dos próximos anos. Com sorte, a RIM pode manter um naco importante do mercado mobile e, neste caso, o profissional qualificado, terá pouca competição e muitas oportunidades no setor.