Tecnologia

Uso do smartphone ao dirigir é mais perigoso que o telefone celular

Em 2010, Denatran do DF aplicou 43.848 multas em motoristas que usaram celular enquanto dirigiam

Smartphone e direção: uma combinação perigosa - e cara (Stock.xchng)

Smartphone e direção: uma combinação perigosa - e cara (Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2011 às 13h20.

Brasília – Nos últimos anos, o uso dos smartphones, que são telefones celulares que possibilitam o acesso à internet, tem crescido entre os brasileiros. Mas os usuários desse tipo de aparelho devem ficar atentos: da mesma forma que o celular, utilizar os smartphones para checar e-mails ou acessar a internet ao volante pode gerar multas e causar acidentes de trânsito.

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o uso desse tipo de aparelho ao dirigir, se flagrado, o motorista pode ser enquadrado no Artigo 252 do Código Brasileiro de Trânsito, que proíbe dirigir veículos automotores com apenas uma das mãos e utilizar telefone celular, mesmo com fones de ouvidos. A multa para esse tipo de infração é de R$ 85,13, e o condutor perderá 4 pontos na carteira.

O Diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Jr., alerta que o uso do smartphone é ainda mais perigoso que o do celular, pois desvia a visão do motorista para a tela do aparelho. “O risco é muito maior porque tirando a visão da frente do veículo, o motorista perde três, quatro ou cinco segundos. Se ele estiver a 100 quilômetros por hora, terá andado cerca de 120 metros sem a visão frontal, o que é um absurdo”.

Segundo o especialista, ao utilizar qualquer equipamento eletrônico na direção, o motorista passa a executar movimentos automáticos, como se fosse um robô. “Se perguntarmos a ele o que aconteceu na via naquele momento, ele não será capaz de distinguir que carro ele ultrapassou, se tinha algum pedestre, como era a sinalização. Ele estava em total desatenção com o ambiente”, disse.

O Denatran também alerta que o principal perigo dessa prática para a segurança no trânsito é a falta de atenção. Segundo estudo do órgão em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o principal fator para a ocorrência de acidentes nas estradas são os componentes humanos e comportamentais, que correspondem a 58,3% do total de acidentes. A falta de atenção especificamente é responsável por 28,2%.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não tem dados específicos sobre números de acessos por smartphones no país. De acordo com a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o número de acessos à internet por meio do Serviço Móvel Pessoal, que incluem smartphones e modems de conexão à internet, chegou a 23,6 milhões em fevereiro, com um crescimento de 81,9% em relação a 2010.



Em Brasília, o securitário Flávio Oliveira admite que usa o smartphone no trânsito por causa do trabalho, mas reconhece que a prática pode lhe render multas e até acidentes. “Às vezes uso o telefone para acessar e-mail enquanto dirijo, mas procuro não usar sempre, pois pode causar acidentes”.

Já o secretário administrativo Rubens Oliveira considera imprudente o uso de aparelhos eletrônicos enquanto dirige e garante que, dependendo da urgência da ligação, coloca o telefone no modo viva-voz ou para o carro. Para ele, acessar a internet é mais perigoso que falar ao telefone. “Você tem que teclar e aí para de olhar para o trânsito e aumenta o risco de causar acidentes”.

No Distrito Federal, região com maior número de linhas de celulares por habitante no país (182,26 linhas para cada 100 pessoas), o Departamento de Trânsito (Detran) registrou 43.848 multas por uso de aparelho celular no ano passado.

Acompanhe tudo sobre:CelularesIndústria eletroeletrônicamobilidade-urbanaSmartphonesTrânsito

Mais de Tecnologia

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site

Xerox compra fabricante de impressoras Lexmark por US$ 1,5 bilhão

Telegram agora é lucrativo, diz CEO Pavel Durov

O futuro dos jogos: Geração Z domina esportes eletrônicos com smartphones e prêmios milionários