Universidades apostam em software contra plágio
A internet fez com que a cópia se tornasse mais comum - tanto pelo acesso a um volume gigantesco de informações quanto pela facilidade do Crtl C, Crtl V
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2014 às 16h39.
São Paulo - A universidade brasileira tem aumentado a preocupação em identificar plágios em trabalhos acadêmicos, com a adoção de softwares que apontam possíveis cópias.
Um desses programas já está sendo usado em 35 universidades do país, com o objetivo de analisar pesquisas de pós-graduação e também trabalhos da graduação.
Segundo professores e especialistas em ensino superior, problemas de plágio, como reprodução indevida de trechos e mesmo de ideias, sempre existiram.
Mas a internet fez com que a cópia se tornasse mais comum - tanto pelo acesso a um volume gigantesco de informações quanto pela facilidade do Crtl C, Crtl V (atalho do corte e cola).
Com o aumento do problema, surgiram os softwares antiplágio, que funcionam como um grande buscador.
Em linhas gerais, eles cruzam o texto entregue com artigos da internet, com um banco próprio de textos acadêmicos e com trabalho dos próprios colegas, no caso de uso do programa na graduação.
"A licença funciona de acordo com o tamanho da universidade e leva em conta o número de alunos, por exemplo", diz a inglesa Alice Lupton, Gerente de Desenvolvimento da América Latina do Turnitin, o mais popular software antiplágio, que já fechou contrato com 35 universidades brasileiras.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp), por exemplo, paga uma licença anual de R$ 18 mil para que a ferramenta esteja disponível para todos os professores.
A instituição já usa o dispositivo há três anos.
De acordo com o presidente da Comissão Permanente de Avaliação da Unesp, Carlos Roberto Grandini, o uso por parte dos docentes depende de treinamento, que tem sido feito com regularidade.
Mas fica a critério de cada profissional decidir se vai usar.
"É um grande facilitador em teses, porque não é possível ter o domínio de todo o conteúdo que existe", diz ele, que adota o software também em aulas de graduação e usava quando foi editor de uma revista científica.
Grandini conta que já recusou dois artigos na revista depois que o software apontou níveis muito altos de similaridade.
"Mas o software não diz se há plágio de fato, o professor precisa analisar as indicações de similaridade e avaliar se há um problema", diz.
Percurso
No início de maio, Alice Lupton percorreu vários estados brasileiros para apresentar o programa.
Segundo ela, o interesse das instituições de ensino e editoras de publicações acadêmicas cresceu com notícias de casos de cópias em pesquisas.
O escândalo mais recente foi com a ministra da Educação da Alemanha, Annette Schavan, que no ano passado deixou o cargo após perder seu título de doutorado por acusações de plágio.
"É uma preocupação que ocorre no mundo todo, as instituições estão preocupadas com a reputação", diz Alice.
Só o Turnitin tem contratos com universidades e editoras em mais de cem países.
Na Inglaterra, por exemplo, a taxa de uso entre universidades é de mais de 95%.
São Paulo - A universidade brasileira tem aumentado a preocupação em identificar plágios em trabalhos acadêmicos, com a adoção de softwares que apontam possíveis cópias.
Um desses programas já está sendo usado em 35 universidades do país, com o objetivo de analisar pesquisas de pós-graduação e também trabalhos da graduação.
Segundo professores e especialistas em ensino superior, problemas de plágio, como reprodução indevida de trechos e mesmo de ideias, sempre existiram.
Mas a internet fez com que a cópia se tornasse mais comum - tanto pelo acesso a um volume gigantesco de informações quanto pela facilidade do Crtl C, Crtl V (atalho do corte e cola).
Com o aumento do problema, surgiram os softwares antiplágio, que funcionam como um grande buscador.
Em linhas gerais, eles cruzam o texto entregue com artigos da internet, com um banco próprio de textos acadêmicos e com trabalho dos próprios colegas, no caso de uso do programa na graduação.
"A licença funciona de acordo com o tamanho da universidade e leva em conta o número de alunos, por exemplo", diz a inglesa Alice Lupton, Gerente de Desenvolvimento da América Latina do Turnitin, o mais popular software antiplágio, que já fechou contrato com 35 universidades brasileiras.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp), por exemplo, paga uma licença anual de R$ 18 mil para que a ferramenta esteja disponível para todos os professores.
A instituição já usa o dispositivo há três anos.
De acordo com o presidente da Comissão Permanente de Avaliação da Unesp, Carlos Roberto Grandini, o uso por parte dos docentes depende de treinamento, que tem sido feito com regularidade.
Mas fica a critério de cada profissional decidir se vai usar.
"É um grande facilitador em teses, porque não é possível ter o domínio de todo o conteúdo que existe", diz ele, que adota o software também em aulas de graduação e usava quando foi editor de uma revista científica.
Grandini conta que já recusou dois artigos na revista depois que o software apontou níveis muito altos de similaridade.
"Mas o software não diz se há plágio de fato, o professor precisa analisar as indicações de similaridade e avaliar se há um problema", diz.
Percurso
No início de maio, Alice Lupton percorreu vários estados brasileiros para apresentar o programa.
Segundo ela, o interesse das instituições de ensino e editoras de publicações acadêmicas cresceu com notícias de casos de cópias em pesquisas.
O escândalo mais recente foi com a ministra da Educação da Alemanha, Annette Schavan, que no ano passado deixou o cargo após perder seu título de doutorado por acusações de plágio.
"É uma preocupação que ocorre no mundo todo, as instituições estão preocupadas com a reputação", diz Alice.
Só o Turnitin tem contratos com universidades e editoras em mais de cem países.
Na Inglaterra, por exemplo, a taxa de uso entre universidades é de mais de 95%.