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Unilever adota realidade virtual e rastreamento ocular para vender mais

Vice-presidente de TI da Unilever para as Américas explica o impacto da tecnologia para a organização da empresa

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 09h30.

São Paulo - Quem entra no centro de inovação da Unilever, em São Paulo, depara-se com uma sala de cinema com algumas fileiras de poltronas. As luzes se apagam e a tela se transforma num supermercado, com gôndolas cheias de produtos da Unilever. Trata-se de uma sala para simulação de ambientes com realidade virtual.

Foi nesse ambiente que Gonzalo Esposto, vicepresidente de TI da Unilever para as Américas, falou à INFO sobre o impacto de tecnologia nos negócios. Nascido no Uruguai, Esposto, de 46 anos, lidera 250 profissionais em 19 países. Ele gerencia um orçamento de 35 bilhões de reais por ano - 30% dos gastos globais com TI da Unilever. Em sua área estão as duas maiores operações da empresa no mundo: Estados Unidos e Brasil.

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Qual é a finalidade do novo centro de inovações?

Ele é o exemplo perfeito de aplicação de tecnologia a estratégias comerciais. Nele, os times de marketing podem se sentar com seus clientes - os supermercados, redes de drogarias e varejistas — para descobrir a estratégia de vendas mais eficaz para um grupo de produtos. Temos, aqui, a simulação de um ambiente de supermercado, com muito realismo, graças à estrutura de realidade virtual. Consumidores são convidados a passear por esse ambiente.

O que é possível descobrir nesse ambiente virtual?

Usamos uma tecnologia de rastreamento ocular. Um dispositivo segue o olhar do consumidor, identificando seus movimentos oculares. Ele determina quais locais chamaram a atenção do consumidor primeiro e em qual área da gôndola ele deteve o olhar por mais tempo. Com base nesse mapeamento, o time de marketing vai, junto com o cliente, definir a melhor forma de organizar esse espaço. Fotografamos a loja e montamos o ambiente de realidade virtual similar ao espaço real da empresa. Com o recurso de realidade virtual, mostramos como ficariam diferentes tipos de display na loja dele. Assim, ele pode visualizar opções em acrílico transparente, metal e papel, por exemplo, antes de encomendar a campanha.

E o que é o Media Lab, que também acaba de ser criado?

O objetivo do Media Lab é testar a exposição das marcas da Unilever e de campanhas publicitárias em diferentes mídias digitais. Queremos entender a experiência que o consumidor terá quando estiver acessando nosso conteúdo via celular, tablet, jogos e redes sociais. Apple, Microsoft, Nintendo e Sony são alguns de nossos parceiros nesse laboratório.

Você trabalha na Unilever há 25 anos. Quais foram seus maiores desafios na empresa?

Tecnologia a gente compra. O desafio é gerenciar pessoas e processos. Uma mudança importante por que passamos foi com a adoção do Itil, em 2002. Antes disso, nós, da TI, éramos muito arrogantes. Íamos às áreas de negócio e dizíamos o que elas tinham de fazer e como. Mas nós gerenciávamos a TI sem processo algum. Com o Itil, chegou a nossa hora de sofrer.

Vocês têm muita terceirização em TI?

Sim, muita. As escolhas são feitas caso a caso. As terceirizações que fizemos mudaram os processos e a vida dos funcionários para melhor. As pessoas que foram para os parceiros técnicos estão melhor em suas carreiras. Afinal, elas não atuavam nas áreas centrais ao negócio da empresa.

Quais são seus principais fornecedores?

Temos servidores de aplicações e data center da HP. Nosso ERP é SAP. Em telecomunicações temos um contrato mundial com a British Telecom. A Accenture faz a manutenção dos principais sistemas. E a estrutura cliente-servidor é da Unisys.

O programa de sustentabilidade da empresa já chegou à TI?

Sim, temos várias iniciativas. Fizemos virtualização para reduzir consumo de energia. O datacenter de Atlanta, nos Estados Unidos, foi projetado obedecendo a critérios de sustentabilidade, principalmente sobre o uso de energia. Implantamos gerenciamento de impressão, em que o usuário precisa usar um código para imprimir. Com isso, reduzimos em 60% o número de impressões no Brasil.

Como é a política de acesso à internet pelos funcionários?

O acesso à internet é liberado. Temos filtros para o que não é adequado, mas contamos com o bom senso do usuário. A topologia de rede é diferenciada. A infraestrutura que suporta e-mail e qualquer tipo de acesso à web não é a mesma que suporta o SAP. Não corremos o risco de deixar de faturar só porque muita gente decidiu acessar o YouTube ao mesmo tempo.

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