Uber: empresa americana quer expandir sua categoria de transporte de cargas por caminhões (Uber/Reprodução)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 9 de setembro de 2019 às 18h49.
São Paulo – A Uber vai investir 200 milhões de dólares por ano no Uber Freight, serviço para o transporte de cargas. O dinheiro será usado na expansão da operação para o novo escritório em Chicago e na contratação de 2 mil funcionários nos próximos três anos.
Semelhante ao seu aplicativo convencional, o Uber Freight foi lançado em 2017 para otimizar o contato entre motoristas de caminhões e empresas que precisam de frete. Disponível em 48 estados americanos e com operações iniciais na Europa, o serviço cobra um percentual pelas viagens realizadas.
Investir em negócios que vão além do transporte de passageiros é uma estratégia coerente. O principal negócio da Uber, transportar passageiros, corre o risco de sofrer mudanças radicais por conta da batalha judicial que a companhia trava nos Estados Unidos em relação aos registros trabalhistas dos condutores.
Além do frete de mercadorias, o aplicativo de transporte também conta com sua divisão de entrega de refeições, o Uber Eats. Com faturamento de 595 milhões de dólares no segundo trimestre deste ano, a modalidade respondeu por 18,7% da receita total.
Por outro lado, há riscos. Estudos de 2017 da American Trucking Associations (ATA) mostram que apesar de contar com 3,5 milhões de caminhoneiros no país, a oferta era insuficiente para dar conta das viagens, sendo necessária a contratação de pelo menos mais 51 mil motoristas. Uma alternativa poderia ser o uso de caminhões autônomos, mas o projeto foi abandonado.
A Uber não revela os números relacionados ao frete de cargas. Nas palavras do Khosrowshahi, o setor mostrou um crescimento impressionante mesmo com um mercado mais ameno”.
Algo necessário. Principalmente tendo em vista o momento turbulento da empresa demonstrado em seus relatórios financeiros. Com faturamento de 3,1 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano, a Uber desacelerou seu crescimento.
É uma situação desconfortável. Ainda mais para uma companhia que já perdeu 23,4 bilhões de dólares em valor de mercado desde que abriu capital, em maio deste ano, e precisa provar aos seus acionistas que pode ser lucrativa.