Twitter perde anunciantes: grandes clientes estão migrando para correntes (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images)
É crescente a lista de anunciantes que pausaram seus gastos no Twitter nas últimas semanas. Agências do porte da Madison Avenue e, mais recentemente, da gigante Omnicom, estão descontentes, sobretudo, por conta da desordem e decisões arbitrárias sobre revisão de conteúdo fomentadas por Elon Musk depois que assumiu o cargo de CEO da companhia.
No encalço do bilionário e dos executivos de publicidade do Twitter está o decisivo período de renovação de contratos de longo prazo. Momento este em que a empresa consegue garantir mais de 30% das metas anuais de publicidade, segundo apurou o Wall Street Journal.
O cenário é tão crítico que Musk reservou várias reuniões para tentar apaziguar as preocupações dos anunciantes. Contudo, muitos deles já debandaram e assinaram contratos com concorrentes.
Para se ter uma ideia, uma fonte do WSJ revelou que uma das empresas que saíram do Twitter já pulverizou o gasto planejado em US$ 10 milhões para o TikTok, da ByteDance, serviços de streaming e Google.
E a situação pode se alongar. Muitos executivos de publicidade não esperam um retorno rápido como ocorreu com o Facebook, da Meta, em 2020, quando muitas marcas boicotaram a plataforma por um mês devido a preocupações com discurso de ódio e desinformação.
Na época, as empresas descobriram que não poderiam se dar o luxo de ficar de fora do Facebook porque o retorno do investimento em publicidade – na forma de vendas – era muito expressivo. “Com o Twitter simplesmente não há a mesma codependência que existe entre anunciantes e Facebook", disse ao WSJ Shiv Singh, diretor de marketing da LendingTree.
Mas é certo que Musk leva a questão a sério. Na negociação de compra do Twitter ele financiou uma dívida de US$ 13 bilhões e, ao julgar pelo fato de a publicidade do Twitter forneceu uma receita de US$ 5,08 bilhões no último balanço, o bilionário precisa arrumar a casa para contar com esse dinheiro de novo.