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Todos contra Kim Dotcom, o rei da pirataria na internet

Após o fechamento do Megaupload, as grandes companhias de cinema e de música dos EUA decidiram perseguir nos tribunais o criador do site

Kim Dotcom: Dotcom tem desde 2012 uma ação criminal pendente nos EUA por pirataria online, crime organizado e lavagem de dinheiro (Sandra Mu/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 10h40.

Los Angeles - Dois anos depois do fechamento do portal de downloads Megaupload , as grandes companhias de cinema e de música dos Estados Unidos decidiram finalmente perseguir nos tribunais o criador do site, o famoso Kim Dotcom , que até o momento se livrou de condenações nos processos em que é acusado.

A Associação da Indústria da Gravação dos Estados Unidos (RIAA), organização que reúne as fonográficas que produzem 85% de toda a música no país, foi a última a abrir uma causa civil contra Dotcom e seus sócios, aos que acusa de promover os conteúdos piratas e tornarem milionários à custa disso.

A denúncia foi apresentada nos mesmos tribunais da Virgínia onde os advogados da Associação Cinematográfica dos Estados Unidos (MPAA), que representa os interesses dos seis estúdios mais poderosos de Hollywood (Columbia, Disney, Fox, Paramount, Universal e Warner), entraram com uma ação semelhante.

Dotcom, cidadão alemão que se chama na verdade Kim Schmitz e vive na Nova Zelândia, tem desde 2012 uma ação criminal pendente nos EUA por pirataria online, crime organizado e lavagem de dinheiro em relação às operações do Megaupload.

O site permitia a troca irregular de conteúdos protegidos pelas leis de propriedade intelectual, a maioria criados nos EUA, e faturou US$ 175 milhões durante seus sete anos de atividade, segundo a investigação empreendida pelo FBI em 2010 e que terminou com o fechamento do Megaupload em 2012.

Por causa dessa operação do FBI, Dotcom passou um mês na prisão, teve sua mansão confiscada, os US$ 11 milhões que haviam em suas contas congelados, mas após essa intervenção policial começaram a aflorar erros de procedimento e inclusive um escândalo de espionagem com Dotcom como alvo, o que o permitiu sair livre.


Os EUA pediram sua extradição oficialmente em março de 2012, mas os tribunais neozelandeses adiaram por várias vezes a audiência do caso, que agora está fixada para 7 de julho.

Enquanto isso, o fundador do Megaupload recuperou a liberdade, mesmo que condicional, o acesso parcial ao seu dinheiro, e adquiriu uma notoriedade internacional, sendo visto por alguns como "justiceiro" e "herói" na internet.

Dotcom aproveitou a fama para lançar uma nova plataforma, batizada de Mega, que permite a qualquer um armazenar conteúdo, além de um disco e um grupo político, o Partido Internet, que nasceu em janeiro com um programa centrado na defesa dos direitos dos internautas na Nova Zelândia.

Para as autoridades dos Estados Unidos, os estúdios de cinema e as gravadoras, Kim Dotcom é responsável por orquestrar a maior rede de pirataria online mundial e causar mais de US$ 500 milhões em perdas ao desrespeitar os direitos de propriedade intelectual das companhias.

Dotcom disse em sua conta no Twitter que isto tudo é uma luta desigual entre "David, Golias e Godzilla que se fundamenta em tolices que fracassará após a apuração dos fatos". Ele também ironizou os litígios e sugeriu que está pagando pelo prejuízo causado pelas condutas incorretas de outros.

Segundo a RIAA, o fechamento de Megaupload teve "um impacto profundamente positivo no mercado da música" e suas análises mostraram que entre o último trimestre de 2011 e o último de 2012 caiu pela metade o número de pessoas que utilizavam serviços não autorizados pela indústria para obter músicas pela internet.

Se for extraditado, Dotcom enfrentará uma pena máxima de prisão de até 50 anos e gravadoras e estúdios reivindicariam indenizações multimilionárias.

"Não há ainda pena de morte para um fornecedor de armazenamento na nuvem?, questionou recentemente o alemão no Twitter.

Há 25 anos, Tim Berners-Lee divulgava a proposta daquilo que daria origem à rede mundial de computadores. Em comemoração à data, o Pew Research Center (PRC) promoveu uma pesquisa na qual mais de 2.500 especialistas indicaram tendências que devem guiar a rede nos próximos 10 anos. As respostas mais comuns foram reunidas num documento. A seguir, veja o que eles acreditam que deve acontecer com a internet até 2015.
  • 2. A rede invisível

    2 /12(Dado Galdieri/Bloomberg)

  • Veja também

    Para os especialistas entrevistados pelo PRC, a internet vai ficar cada vez mais parecida com a eletricidade - que move o mundo hoje quase sem ser vista. "Não pensaremos em 'ficar online' ou 'olhar na internet' - apenas estaremos online", afirmou Joe Touch, diretor do Instituto de Ciência da University of Southern California.
  • 3. Distâncias menores

    3 /12(Getty Images)

  • Um dos efeitos que deve se intensificar ainda mais com a expansão da internet é a aproximação e a cooperação entre pesssoas de diversas partes do mundo. "Veremos mais amizades, romances, equipes e trabalhos em grupo globais", afirma Bryan Alexander, do Instituto Nacional para Tecnologia na Educação Liberal, dos EUA.

  • 4. Dados para decisão

    4 /12(Creative Commons/Flickr/Suicine)

    Outra tendência que promete se desenvolver nos próximos anos é a coleta ininterrupta de dados que, analisados, podem passar a influenciar mais nas tomadas de decisão. "Nós editaremos nosso comportamento mais rapidamente e inteligentemente", afirmou na pesquisa Patrick Tucker, autor do livro Naked Future.
  • 5. Wearables e saúde

    5 /12(Divulgação)

    Além de influenciar as decisões, a coleta constante de dados por meio de dispositivos online terá outro efeito colateral. Ela permitirá a detecção precoce da propensão a certas doeças. Nesta missão, os gadgets de computação vestível ou wearables (como o Google Glass) terão papel essencial. É esperar para ver.

  • 6. Mais protestos

    6 /12(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    O que hoje acontece na Ucrânia e na Venezuela será cada vez mais comum. A internet será cada vez mais uma ferramenta de mobilização social. "Podemos esperar mais e mais levantes à medida que as pessoas se tornem mais informadas e aptas a comunicar seus temores", afirmou Rui Correia, diretor da ONG Netday Namibia.
  • 7. Nações online

    7 /12(Aotearoa / Wikimedia Commons)

    Hoje, cyber-conflitos e Estado virtual parecem coisas de ficção científica. Porém, até 2025, fenômenos como esse podem virar realidade graças à internet. "O poder dos estados-nações para controlar todo homem dentro de limites geográficos pode começar a diminuir", afirmou ao PRC David Hughes, um dos pioneiros da internet.
  • 8. Redes menores

    8 /12(ANDRE VALENTIM)

    "Vai haver várias internets", afirmou ao PRC o escritor David Brin. De acordo com ele e outros especialistas, a existência de redes complementares à internet é uma tendência. Segundo o pioneiro da internet Ian Peter, o uso de canais alternativos será necessário por questões de segurança - entre outras razões.
  • 9. Privacidade = luxo

    9 /12(Getty Images)

    "Tudo - rigorosamente tudo - vai estar à venda online", afirmou ao PRC Llewellyn Kriel, editor da TopEditor International Media Services. A consequência disso é um mundo menos seguro, no qual preservar a própria privacidade pode se tornar difícil. Muitos especialistas acreditam que a internet deve seguir esta tendência.

  • 10. Ferramenta valiosa

    10 /12(Divulgação)

    Com o aumento de sua importância, a tendência é que a internet se torne cada vez mais visada por governos e empresas. "Governos vão se tornar muito mais efetivos no uso da internet como instrumento de controle político e social", afirma Paul Babbitt, professor associado da Southern Arkansas University.
  • 11. Educação

    11 /12(Mohammed Abed/AFP)

    O acesso universal ao conhecimento será o maior impacto da internet. Essa é a opinião de Hal Varian, economista que trabalha no Google. "A pessoa mais inteligente do mundo hoje pode estar atrás de um arado na Índia ou na China", afirmou ele. No futuro, esta pessoa estará conectada.
  • 12. Agora, veja o que acontece ainda em 2014

    12 /12(Getty Images)

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