Dona da Vivo será sócia majoritária da TIM
Telefônica, atualmente maior acionista da Telecom Itália, fechou acordo para aumentar sua participação na rival em uma operação complexa
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 17h38.
São Paulo - A empresa espanhola Telefónica, dona da Vivo, fechou um acordo para aumentar sua participação na Telecom Italia, proprietária da TIM no Brasil. O acordo irá tornar a Telefónica acionista majoritária da Telecom Italia.
A operação fortalecerá a influência da Telefónica sobre a importante rival na América do Sul, enquanto permitirá a sócios italianos saírem de um investimento não lucrativo. A compra do controle da Telecom Italia pela Telefónica provocará um desafio à manutenção da qualidade dos serviços prestados no País, segundo fontes da Anatel para o jornal O Estado de São Paulo.
Além disso, o acordo exige uma complexa análise antitruste no Brasil. Isso porque, pelas regras de telecomunicação no Brasil, um grupo não pode ter duas empresas que atuam em telefonia móvel em uma mesma região. Segundo dados da Anatel, a Vivo é a líder do mercado brasileiro de telefonia móvel. A TIM aparece em segundo lugar.
Sócia indireta - A Telefônica aumentará sua participação na Telco, a holding que controla a Telecom Italia, de 46 para 66 por cento, inicialmente, por um aumento de capital de 324 milhões de euros direcionado a pagar dívida da empresa.
Ao assumir o controle da Telecom Italia na Europa, a Telefónica será indiretamente a sócia majoritária da TIM no Brasil, onde já é dona da Vivo. Portanto, seria necessário desfazer a outorga antitruste para uma empresa não controlar duas operadoras do mesmo tempo.
Também seria necessário unificar as bases de clientes de ambas as empresas em um único espectro. Mas isso pode gerar problemas na qualidade do serviço porque a base de clientes que hoje usa faixas de duas operadoras seria "afunilada" nas frequências de apenas uma companhia. Em outras palavras, Vivo e TIM seriam uma operadora só, o que comprometeria a qualidade dos serviços.
*com informações da agência de notícias Reuters