Tecnologia

Tecnologia vira aliada no cuidado de idosos na China

Com a população cada vez mais velha, invenções são criadas para facilitar o cotidiano dessa população

Três pessoas dormem em uma sala de descanso na feira de Xangai dedicada ao cuidado de idosos e à reabilitação médica, em 13 de junho de 2024 (AFP/AFP)

Três pessoas dormem em uma sala de descanso na feira de Xangai dedicada ao cuidado de idosos e à reabilitação médica, em 13 de junho de 2024 (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 14 de junho de 2024 às 10h15.

Monitorar a qualidade do sono pela internet, pegar um objeto com um braço robótico ou contar as calorias de uma refeição. Com uma população cada vez mais envelhecida na China, a tecnologia busca acompanhar o dia a dia dos idosos.

Centenas de aposentados participaram nesta semana de uma feira em Xangai inteiramente dedicada a expor invenções pensadas para facilitar o seu cotidiano.

Em 2022, a China tinha cerca de 215 milhões de pessoas com mais de 65 anos, em uma população de 1,4 bilhão, segundo dados oficiais.

A população aumentou de forma constante em 60 anos, mas está em declínio desde 2020. A situação suscita receios de uma redução acentuada da população ativa e uma pressão maior sobre o sistema de saúde, uma vez que o país tem cada vez mais idosos.

Com muitas famílias com apenas um filho, é difícil que eles cuidem exclusivamente de seus pais. Este cenário foi captado pelos expositores, que propõem usar a tecnologia como remédio.

Yu, de 64 anos, observa atentamente a demonstração de uma cadeira automática para subir escadas e um equipamento para transferir uma pessoa da cama para uma cadeira de rodas.

"Hoje em dia há cada vez menos jovens e cada vez mais idosos. Estes produtos inteligentes podem oferecer melhores serviços aos idosos", afirma ele.

Em outro estande, a empresa Innopro, de Shenzhen (sul), promete às famílias o monitoramento constante e de alta tecnologia dos hábitos dos idosos, através de relógios inteligentes, detectores de movimento e dispositivos de medição de temperatura. Seus clientes incluem casas de repouso e administrações locais.

"Para as instituições, a esperança é poupar nos custos trabalhistas, porque é necessário fazer monitorações [em cada residente] todas as noites", explica Jin Guohui, funcionário da Innopro.

Diferenças geracionais

Outra empresa, Eihoo Health Management, que administra refeitórios para idosos, apresenta um prato de comida acompanhado de um chip que permite identificar o que está sendo servido.

Ao pagar, o aparelho lê as informações do chip e oferece um relatório nutricional completo com a quantidade de calorias e a quebra de proteínas, carboidratos e gorduras.

Os usuários regulares podem configurar cartões de pagamento que monitoram seu peso, hábitos nutricionais e dados de saúde.

Já o estande dos estudantes da Universidade Jiao Tong de Xangai expõe um braço robótico que ajuda pessoas com mobilidade reduzida a realizar tarefas diárias, como se alimentar ou girar maçanetas.

Existem "diferenças claras" entre os idosos da China de hoje e as gerações anteriores, admite Shi Wenjun, de 73 anos. "Somos todos pais com um só filho" e "nossos filhos têm quase 50 anos, têm seus empregos, suas famílias. Quando formos mais velhos, vamos escolher as estruturas de cuidados propostas aos idosos pelo governo", diz ele.

"Se os idosos puderem usar tecnologias inteligentes, não perturbarão os outros", acrescentou.

 

 

Acompanhe tudo sobre:TecnologiaChinaTerceira idade

Mais de Tecnologia

Ciberataques causam colapso em hospitais do Reino Unido

Oracle encerra negócio de publicidade após queda de receita

Seu iPhone será atualizado? Confira a lista de quais modelos vão receber o novo iOS 18

A Apple conseguirá salvar o Vision Pro?

Mais na Exame