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Tecnologia resolve no primeiro gol duvidoso da Copa

O sistema transmitiu um sinal quase imediato que permitiu ao árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci confirmar sem dúvida alguma o segundo gol francês

Brazuca do jogo França x Honduras (Getty Images)

Brazuca do jogo França x Honduras (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2014 às 05h48.

A estreia de França e Honduras neste domingo na Copa do Mundo teve como um dos protagonistas a tecnologia de detecção automática de gols, que foi acionada pela primeira vez.

O sistema, que já tinha sido testado no ano passado na Copa das Confederações, transmitiu um sinal quase imediato, permitindo ao árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci confirmar sem dúvida alguma o segundo gol francês na vitória de 3 a 0 sobre os hondurenhos no Beira-Rio.

A partida estava nos 3 minutos do segundo tempo, quando o atacante francês Karim Benzema acertou um chute de primeira na trave. A bola correu sobre a linha do gol, bateu no goleiro Noel Valladares e entrou. A dúvida era sobre se a bola havia cruzado totalmente a linha. E o gráfico confirmou.

Mas nos telões do estádio (e na televisão) foi exibida apenas a imagem de quando a bola bateu na trave. Naquele momento ela claramente não tinha entrado.

"Na primeira decisão da máquina não foi gol, na segunda foi. Não sei com qual ficar, qual é a verdade", lamentou o treinador de Honduras, Luis Suárez.

Apesar disso, o técnico aceitou o veredito da tecnologia e evitou entrar em polêmica.

Seu colega francês, Didier Deschamps, disse que entendia o descontentamento no banco centro-americano pela confusão inicial, mas destacou que a tecnologia "é muito boa".

"O gol é válido, o árbitro recebeu o sinal, mas o problema foi que no telão, não foi exibida a ação correta", disse.

Sinal ajuda árbitro brasileiro

Os doze estádios da Copa de 2014 estão equipados com o sistema de vídeo Goal-Control 4-D, que permite saber quase em tempo real se uma bola cruzou ou não a linha do gol.

O sistema, concebido pela empresa alemã GoalControl GmbH funciona com 14 câmeras de alta velocidade, sete para cada um dos gols.

O dispositivo é totalmente automático e os árbitros são os únicos a receber o sinal luminoso e uma vibração no relógio que usam nos jogos.

"A posição da bola é captada em 3D de forma contínua e automática e, caso seja marcado o gol, os árbitros do jogo recebem o sinal de confirmação em seu relógio imediatamente (em menos de um segundo)", explicou a Fifa.

O organismo responsável pelo futebol mundial destaca também que, por ser um sinal imediato, não compromete o bom andamento da partida, embora isso não tenha evitado alguns protestos do banco hondurenho depois do gol de Benzema.

O sistema foi testado em várias situações, principalmente em condições reais nos mundiais de clubes de 2012 e 2013, assim como na Copa das Confederações do ano passado. Mas nenhuma jogada duvidosa tinha sido registrada nessas competições.

Evitar o erro da África do Sul

A Fifa aprovou o uso da tecnologia para evitar situações como as ocorridas no passado, como o famoso gol "fantasma" do inglês Geoffrey Hurst na final da Copa de 1966, que facilitou o triunfo da Inglaterra sobre a Alemanha Ocidental, e o mais recente de Franck Lampard.

Em 2010, na África do Sul, com os mesmos países protagonistas, o jogador do Chelsea teve um gol claro invalidado pelo árbitro.

Essa jogada levou os responsáveis pelo futebol mundial, sempre hesitantes em usar a tecnologia, a estudar métodos de ajuda aos árbitros.

Em 2012, em uma entrevista concedida à AFP, o presidente da Fifa, Joseph Blatter declarou: "Para o próximo Mundial, não pode acontecer a mesma coisa, se não vou ter que me esconder".

Em declarações ao site da federação mundial, o chefe do Departamento de Arbitragem da Fifa, o suíço Massimo Busacca, destacou recentemente que "a detecção automática de gols será uma ajuda muito importante".

O responsável pela arbitragem lembrou, entretanto, que o sistema "foi concebido para ver se foi gol, não para outras situações" polêmicas como impedimentos, pênaltis ou agressões.

 

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