Suíços finalmente começaram a fabricar relógios inteligentes
Apenas algumas semanas após a Swatch anunciar que lançará um relógio inteligente para concorrer com a Apple, uma nova empresa suíça entrou na briga
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 21h19.
Todos estavam esperando e agora aconteceu: os suíços finalmente entraram na briga dos relógios inteligentes .
Apenas algumas semanas depois de a Swatch ter anunciado que lançará um relógio inteligente para concorrer com o Apple Watch , uma nova empresa suíça chamada Manufacture Modules Technologies (MMT) apresentou uma linha de relógios inteligentes fabricados na Suíça.
A MMT é uma joint venture entre a Fullpower Technologies, empresa de tecnologia de vestir do Vale do Silício, e a Union Horlogère Holding, proprietária das relojoarias suíças Frédérique Constant e Alpina.
Você pode achar que nunca ouviu falar da tecnologia MotionX, da Fullpower, mas é ela que está por trás dos elegantes produtos Jawbone e dos aparelhos de vestir da Nike.
A MMT foi criada especificamente para este projeto e tem sede em Genebra, o que lhe possibilita comercializar relógios oficialmente suíços.
Os relógios
Antes de nos aprofundarmos nos relógios inteligentes com nomes esquisitos da relojoaria suíça, precisamos esclarecer o que a MMT quer dizer com “relógios inteligentes”.
A categoria tem uma definição extremamente ampla e pode incluir desde uma calculadora de pulso Casio, estilo década de 1980, até aparelhos como o Samsung Gear S e o Apple Watch.
Um relógio inteligente da relojoaria suíça está entre essas duas coisas. É como o Withings Activité (o que não é ruim), pois monitora exercícios e o sono e exibe essas informações em um visor analógico e através de um aplicativo de smartphone. Nada de mensagens de texto, Instagram ou Tinder aqui — o relógio em si não tem um visor digital.
As partes “inteligentes” desses relógios são basicamente as mesmas em toda a plataforma, apesar de os invólucros, os visores e as pulseiras variarem.
No mostrador, há dois submostradores concêntricos no lugar do 6, além dos ponteiros de horas e minutos que você já conhece. Um deles mostra a data, além de um indicador do sono e um contador até 100. Ele pode ser usado para exibir o progresso até um objetivo definido através do aplicativo, como a quantidade de passos diários, e há compatibilidade tanto com o iOS quanto com o Android.
Parte da estratégia da MMT é conceder licenças dessa tecnologia a outras relojoarias à medida que o mercado de relógios inteligentes continua a crescer.
A Fullpower atualmente tem mais de 45 patentes americanas emitidas e mais de 75 patentes adicionais pendentes para diversos produtos, de sensores a software. Embora gigantes como Swatch e TAG Heuer já tenham começado a trabalhar em seus próprios relógios inteligentes, a MMT pretende que sua plataforma sirva para que marcas menores e mais acessíveis possam contar com um sistema sofisticado para entrar nesse jogo.
A grande questão
Pairando sobre tudo isso, há uma questão multibilionária: esse é o tipo de relógio inteligente que as pessoas realmente querem?
Sem dúvidas, um relógio inteligente desse tipo tem suas vantagens. Por utilizar um mecanismo de quartzo movido a bateria e Bluetooth de baixo consumo, não é necessário recarregá-lo (só trocar a bateria a cada dois anos mais ou menos).
Os indicadores são claros e simples, então é fácil incorporar o relógio em sua vida sem grandes mudanças. E, talvez a vantagem mais importante, ele tem um formato e uma estética que os consumidores conhecem e já é uma aspiração de muitos deles. Em outras palavras: ele é bonito e faz sentido.
Mas também há alguns obstáculos. Os monitores de exercícios vêm fazendo mais ou menos a mesma coisa que um relógio inteligente suíço faz (ou algo parecido) há anos, mas a maioria dos consumidores para de usar esses aparelhos seis meses depois de ter comprado um.
Talvez isso seja aceitável para uma pulseira de borracha de US$ 150, mas é provável que não dê certo para um relógio banhado a ouro de US$ 1.295. Além disso, vai ser duro concorrer com os aparelhos que oferecem mais recursos, especialmente quando o preço se torna um fator de decisão.
Sem movimentos mecânicos, eles continuam sendo aparelhos voltados para o consumidor que provavelmente não terão muito atrativo para um colecionador de relógios.
Considerando-se que o Apple Watch deve revolucionar completamente o ecossistema da tecnologia de vestir de uma forma que nós nem podemos imaginar, lançar um relógio inteligente analógico é uma jogada ousada.
Resta saber se é um movimento à frente de seu tempo ou completamente retrógrado.